Rapaz de 11 anos suspeito de atear incêndio florestal com um isqueiro

Menor foi comprar cinco litros de gasolina para o avô e encontrou um isqueiro que decidiu usar. Segundo a PJ, o fogo poderia ter sido grave face à proximidade das casas se os moradores e os bombeiros não tivessem agido rapidamente.

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A ANPC registou ontem um total de 197 incêndios em todo o país Nelson Garrido

De acordo com o comunicado da PJ, o rapaz terá ateado o incêndio com um isqueiro a 100 metros de uma habitação aproveitando-se da vegetação seca que possibilita o rápido desenvolvimento do fogo. A situação ocorreu quando o menor, que vive na Covilhã com a mãe, estava de férias na casa dos avós naquela localidade. Terá ido antes comprar cinco litros de gasolina a um posto de combustível próximo para uma máquina agrícola do avô, mas não os usou no incêndio, garantiu fonte policial ao PÚBLICO.

O menor foi identificado depois dos inspectores da PJ terem questionado os vizinhos e de o próprio rapaz ter revelado dados sobre o incêndio aos polícias. Questionado, num primeiro momento negou ter sido ele o autor e incriminou um vizinho, mas acabou depois por assumir o que fizera.

Os investigadores da PJ da Guarda suspeitam que o menor terá uma pequena deficiência cognitiva e terá sido movido pela curiosidade depois de ter encontrado o isqueiro. No comunicado, a Judiciária refere mesmo que “não foi possível determinar qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática dos factos em investigação”.

O incêndio “teve início numa zona de vegetação rasteira, em terreno próximo de uma habitação e de uma densa mancha florestal, composta por pinheiros bravos e alguns eucaliptos”, explicar a PJ. Segundo fonte daquela polícia arderam cerca de 100 metros de mato, mas o incêndio poderia ter tido prejuízos graves e assumido proporções perigosas, uma vez que a apenas alguns metros se encontravam habitações. Valeu a pronta intervenção de vizinhos e depois dos bombeiros.

A polícia remeteu o inquérito ao caso para o Ministério Público na comarca de Castelo Branco para a eventual abertura de um processo tutelar educativo, uma vez que face à idade do suspeito identificado a lei não permite a abertura de um processo-crime. O PÚBLICO tentou sem sucesso apurar se o processo tutelar educativo foi aberto e a Procuradoria-Geral da República também não conseguiu sobre isso adiantar informação.

Já no final da semana passada, a PJ de Aveiro anunciou ter identificado um menor de 13 anos presumível autor de um crime de incêndio florestal no lugar de Cercosa, em Campia, concelho de Vouzela. E também então sublinhou não ser possível “determinar qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática dos factos em investigação”. Nesse caso, a polícia sublinhou que só "a pronta detecção do início do fogo permitiu um rápido e eficaz combate do mesmo por várias corporações de bombeiros e dois meios aéreos, fazendo com que o mesmo não atingisse proporções de relevo” já que ocorreu numa “mancha florestal de elevada área e densidade".

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