Com Maria de Belém ao lado, Costa reitera concentração nas legislativas
Líder socialista entregou esta manhã a lista de candidatos por Lisboa e respondeu às críticas feitas por Passos e Portas na festa do Pontal.
"Temos um calendário de prioridades e aquilo que neste momento nos empolga são as eleições legislativas. Acho que estarmos aqui todos, e a doutora Maria de Belém, é um bom sinal de que o que nos está a concentrar a todos são mesmo as eleições legislativas", afirmou António Costa aos jornalistas, à saída do Palácio de Justiça, em Lisboa, onde entregou as listas de candidatos por este distrito.
Depois de no sábado ter afirmado que "nada" a impedirá de pensar para lá das legislativas, Maria de Belém, ao lado de António Costa na entrega das listas, declarou que "agora é o tempo das legislativas". "Estou aqui para integrar, como membro suplente, as listas para deputados", disse aos jornalistas.
António Costa reforçou que "no momento próprio" o PS pronunciar-se-á sobre as presidenciais, tendo na semana passada, numa entrevista à revista Visão, afirmado que Sampaio da Nóvoa é um candidato presidencial "próximo da família socialista".
Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde e ex-presidente do PS, afirmou no sábado, citada num comunicado de um movimento de apoio a uma sua candidatura presidencial: "Nada me impedirá de pensar para lá das legislativas." Seis elementos da designada Associação Cívica Portugal Melhor, constituída por uma centena de cidadãos, reuniram-se com Maria de Belém para apelarem a que se candidate por considerarem que é "uma cidadã de exemplar vida cívica, de reconhecida e vasta experiência política, nacional e internacional, e de constante dedicação ao bem comum".
Pontal mostrou que “a direita está esgotada”
Questionado pelos jornalistas sobre os discursos de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas na festa do Pontal, o líder socialista afirmou que foram "mais uma demonstração de que a direita está esgotada", e devolveu ao vice-primeiro-ministro as acusações de divisão dos portugueses. "A direita fala sobre o passado, a direita ataca, mas não diz nada sobre o futuro. E não diz nada sobre o futuro por duas razões: porque não é capaz de fazer diferente, e, em segundo lugar, porque quer dar continuidade a um programa escondido", afirmou António Costa.
Confrontado com as acusações de Paulo Portas de que os socialistas vão colocar os portugueses uns contra os outros, António Costa disse que o Governo da maioria fez precisamente isso durante os últimos quatro anos. "Eu ouvi o doutor Paulo Portas, mas julguei que ele estava a ver-se ao espelho. Quem é que dividiu os portugueses entre aqueles que são funcionários públicos e aqueles que são funcionários do sector privado? Quem é que dividiu gerações, pondo cada um de nós a escolher entre o futuro dos nossos filhos e o presente dos nossos país?", questionou.
"Quem é que andou a dividir os portugueses sistematicamente ao longo destes últimos quatro anos? Foi a direita. Nós precisamos de unir os portugueses, mas unir os portugueses implica virar a página, e não continuar a aprofundar estas divisões", argumentou.
António Costa referiu-se ao que designa de "programa escondido" que diz que a coligação Portugal à Frente tem para o país. "Todos nós recordamos bem o que é que a direita fez há quatro anos, prometeu na campanha eleitoral tudo o que fez no Governo. Desta vez, aquilo que a direita faz é outra vez esconder. Quer esconder que não vai prosseguir a austeridade, com um novo corte de pensões de 600 milhões de euros. Imagine os pensionistas, que já sofreram tanto, irem agora sofrer com um novo corte de pensões", disse.
Para o secretário-geral socialista, PSD e CDS-PP querem "esconder o que significa verdadeiramente o seu projecto para a Segurança Social". "O que nós todos sabemos é que a proposta que a direita apresenta de privatização da Segurança Social significa beneficiar muito poucos para prejuízo de todos", sustentou.
O secretário-geral do PS disse que estas propostas geram "inquietação e mais angústia no país, a somar ao desemprego, a somar à incerteza no crescimento do futuro, a somar ao receio de perder algo que tem sido fundamental na sociedade portuguesa, que é a escola pública, o serviço nacional de saúde, um sistema público de pensões".