Portugueses ajudam a combater grande incêndio na Extremadura espanhola
Fogo já consumiu 6500 hectares na Serra da Gata, contígua à portuguesa Malcata.
Foram retiradas pessoas das localidades de Acebo e Perales del Puerto, que foram levados para a cidade de Cáceres e para Moraleja. Antes tinham sido já evacuados cerca de 1000 pessoas da povoação de Hoyos, explica o El Mundo.
“Nesta altura os habitantes de Perales triplicam. Este fim-de-semana celebra-se a festa do emigrante e vem muita gente de fora”, disse ao El País Ilsa Foj, funcionária da câmara de Perales del Puerto, enquanto via passar vários autotanques da Unidade Militar de Emergência.
Os autarcas locais levantam suspeitas de fogo posto, diz o El País. “Tudo parece indicar a mão do homem por trás destes incêndios”, afirmou o presidente da Junta da Extremadura, Guillermo Fernández Vara, referindo-se aos cinco fogos florestais que se registaram naquela zona este Verão. “A Serra da Gata não está mais seca do que o resto da Extremadura”, frisou.
As chamas acenderam-se na quarta-feira, mas continuavam descontroladas neste sábado. O vento forte, de direcções desencontradas, tem dificultado o combate. O fumo cobre localidades a dezenas de quilómetros dali, onde está tudo nublado por causa do incêndio. As chamas estão a consumir sobretudo pinheiros e oliveiras, diz o El País.
Perante estas dificuldades, "Portugal está a responder a um pedido de ajuda internacional emitido pelos nosso vizinhos espanhóis [para o combate ao fogo na Sierra de Gata] e respondeu afirmativamente, até na linha daquilo que são os acordos bilaterais que existem entre Portugal e Espanha", disse à agência Lusa o comandante operacional nacional da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), José Manuel Moura.
A força conjunta saiu às 18h de hoje da Base de Apoio Logístico (BAL) de Castelo Branco.
"Portugal organizou uma força conjunta, designada Focon.pt, constituída por 32 viaturas e 104 elementos, que inclui um grupo de ataque ampliado de Santarém e outro de Lisboa, força especial de bombeiros, conjuntamente com viaturas dos distritos de Portalegre e Castelo Branco", explicou o comandante operacional nacional, adiantando ainda que a missão da força portuguesa, para já, é por um período de 48 horas, sem prejuízo de poder vir a ser prolongada ou antecipada.
Para além dos reforços portugueses, há bombeiros da Andaluzia e de Castela e Leão a ajudar ao combate às chamas.
Espanha está a viver um período de grande risco de incêndios florestais, devido à conjugação de altas temperaturas – Julho foi o mês mais quente desde que há registo em Espanha, com uma temperatura média de 26,5 graus Celsius – e um nível de humidade relativa muito baixo. “Junho foi um mês mais quente do que o normal e Julho foi excepcional. Juntando a isso a escassez de chuva, provavelmente estamos perante os valores de risco de incêndio florestal mais extremos dos últimos anos”, disse ao El Mundo Antonio Mestre, chefe da área de climatologia da Agência Estatal de Meteorologia.