TDS não foi sempre bom. Até começou mal. Mas foi melhorando. Os episódios que vi este ano foram os melhores de sempre. Bem sei que a história de fadas do showbiz, na qual J.S. estupidamente acreditou, diz que as coisas devem ser abandonadas quando se está no cume, deixando o público begging for more.
J.S. começou por ser um satirista defendido por uma posição falsa de imparcialidade humorística. Rapidamente percebeu que escusava de se esconder. Tornou-se depois, lentamente, nele próprio, com opiniões sensatas e social-democratas. Tinha razão e sabia provocar. E fazer rir.
Por uma vez David Remnick, o director insuportavelmente middlebrow, cuidadoso e politicamente correcto de The New Yorker, teve razão por procurar a popularidade : a partida de Jon Stewart de TDS é uma tragédia.
J.S. é, diz ele por causas biográficas, o crítico mais impiedoso dele próprio. Sabe o que é falhar e, por causa disso, tem medo de falhar naquilo em que mais brilhou.
É impossível. Jon Stewart é, quer queira, quer não (cheira-me que não), o único génio da comunicação televisiva do século XXI.
O único desejo das pessoas de bem é que volte depressa ao formato que reinventou. Não, não estás velho. Não, não é altura de dar o lugar aos mais novos.
Ganha juízo e dá valor não tanto a ti próprio (mas também) como ao trabalho valiosíssimo e engraçadíssimo que fizeste. E tens de continuar a fazer. Please.