Exercícios de aquecimento

Por agora, as ‘guerras’ pré-eleitorais não são para levar a sério.

É por isso que os partidos, sobretudo o PS e a coligação, não perdem qualquer hipótese de marcar o terreno dos respectivos opositores. Nenhum dos blocos está disposto a ceder um milímetro nas suas posições, tanto mais que as sondagens indicam margens de grande incerteza sobre o vencedor.

É isto que explica as acesas polémicas dos últimos dias, quer sobre os números do desemprego quer sobre um desvio de 660 milhões na receita fiscal detectado pelos técnicos da UTAO na análise à execução dos primeiros seis meses do Orçamento do Estado. Tal desvio, a concretizar-se, põe em causa a meta do défice e inviabiliza a devolução de parte da sobretaxa do IRS, cuja concretização depende de a cobrança de impostos ser superior às metas orçamentadas.

O ‘espectáculo’ montado à volta destas polémicas é como aquela guerra do Solnado, tão falso que dá vontade de rir. Governo e oposição sabem que tudo é encenado, um faz-de-conta para ver se agarra cidadãos distraídos.

A oposição faz de conta que não há tendência de quebra do desemprego, enquanto a maioria foge a sete pés dos números incómodos da emigração e do subemprego. O Executivo faz de conta que não tem dúvidas sobre a meta do défice, enquanto para os partidos da oposição o falhanço desse objectivo é uma questão de fé… E por aí adiante.

Até agora, nada de novo nesta pré-campanha e talvez isso explique o empate técnico. O segredo do desempate talvez esteja no vencedor da mais clássica de todas as fases eleitorais – a das promessas. E desta vez, resistir-lhe é capaz de compensar.

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