Álvaro Sobrinho faz obras em casa em frente à de Ricardo Salgado
Se Sobrinho decidir voltar para a casa da praceta Ricardo Espírito Santo Silva, terá como vizinho Salgado que o considera um dos culpados do que aconteceu ao BES e o acusa de gestão danosa no BESA.
O facto tornou-se um fait-divers na vizinhança a gerar sorrisos de uns, mas irritação por parte dos próximos de Salgado, que ali habita desde sempre, numa parcela da propriedade que pertencia ao seu avô materno, Ricardo Espírito Santo. Quer o ex-presidente do BES (Salgado), quer o ex-presidente do BES Angola e ex-accionista do GES (Sobrinho) estão envolvidos em processos investigados pelo Ministério Público, mas em termos financeiros Sobrinho apenas responde perante as autoridades angolanas.
O lote ao lado da casa de Salgado foi comprado pelo casal Sobrinho há seis anos ao empresário José Maria Dias da Cunha, primo do ex-presidente do Sporting António Dias da Cunha, com quem o banqueiro partilha a mesma paixão clubística. Aliás, Sobrinho é hoje o maior accionista do clube de Alvalade onde possui 20% das acções.
Quando está em Portugal, desde o início das obras, o casal Sobrinho (a mulher Ana Seixas é de Cascais) tem vivido no Estoril, nas torres do Estoril Sol Residence. Mas se Sobrinho decidir regressar à praceta Ricardo Espírito Santo Silva, voltará a viver ao lado do seu vizinho Salgado (que está a ser investigado por burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais) que o considera um dos culpados do que aconteceu ao BES e o acusa de gestão danosa no BESA e de fazer investimentos com verbas que considera terem sido desviadas do grupo familiar.
Quando Álvaro Sobrinho então presidente do BESA, adquiriu à casa da Gandarinha, onde hoje decorre a intervenção, foi por sugestão de Ricardo Salgado, com quem então ainda não se tinha desentendido. A ruptura dá-se a partir de meados de 2012, quando Sobrinho, que chegou a presidente do BESA pela mão de Salgado, se convenceu que Salgado estava a denegrir a sua imagem com denúncias ao Ministério Público sobre a sua acção. Na altura, Sobrinho andava a comprar posições em vários sectores, nomeadamente, na comunicação social, através da Newshold, que detém o diário i e o semanário Sol.