Dos tatuados de fresco às grávidas, há vários excluídos das dádivas de sangue

Tatuagens, doenças cardíacas e diabetes são alguns dos motivos de exclusão.

Quando vão a um serviço de colheita de sangue, os potenciais dadores são obrigados a responder a um questionário com 28 perguntas sobre o estado geral de saúde: transplantes, vacinas, casos de gripe, febre, consumo de drogas, etc. O inquérito entrou em vigor em Janeiro de 2013 e segue, de uma forma geral, as recomendações da Organização Mundial de Saúde e outras autoridades, como o Conselho da Europa e a Comissão Europeia. O objectivo é assegurar a máxima segurança a qualidade do sangue e minimizar o risco de transmissão de agentes infecciosos no receptor.

Em Portugal só podem dar sangue as pessoas saudáveis entre os 18 e os 65 anos, com peso superior a 50 Kg. As mulheres só devem dar sangue três vezes ao ano, no máximo; enquanto os homens o podem fazer quatro vezes. Os inquéritos são apenas a primeira fase de controlo da qualidade do sangue. Parte-se do princípio de que os dadores respondem com veracidade e estão cientes dos comportamentos que tiveram - o que, porém, nem sempre sucede.

A segunda fase é uma entrevista com médicos ou enfermeiros. A terceira fase passa por testes clínicos ao sangue com o objectivo de detectar infecções como as hepatites B e C e o VIH 1 e 2. O problema está no chamado "período de janela", durante o qual o sangue que contactou com um agente de doença ainda não produziu anti-corpos (o que pode ser detectável a partir das duas ou três semanas). Nesta fase a infecção está indetectável, sendo o inquérito é uma forma de contornar a existência desse intervalo de tempo. É que fora do corpo o sangue já não consegue produzir anti-corpos que confirmem a doença, mas continua a poder infectar quem o receber.

 

 

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