Nas audiências, é Costa quem ganha a Passos, mas por pouco

Formato com perguntas de portugueses anónimos em estúdio é mais visto do que as entrevistas tradicionais.

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As telenovelas continuam a ter maiores audiências que as entrevistas a políticos Nuno Ferreira Santos

O que não deixa dúvidas é o formato: os telespectadores preferem ver os políticos serem confrontados por pessoas anónimas do que apenas pelos jornalistas. Tenho uma pergunta para si, da TVI, superou, das duas vezes, a barreira do milhão de espectadores, enquanto o Jornal da Noite da SIC, onde também foram entrevistados Costa e Passos, foram seguidos por uma média de 950 mil pessoas.

A entrevista colectiva de Pedro Passos Coelho na TVI de quinta-feira, foi vista, em média, por 1,026 milhões de pessoas, de acordo com dados da GfK trabalhados pela Marktest/Mediamonitor. O programa teve 10,6% de rating (universo potencial de espectadores) e 26% de share (a fatia que cabe à TVI entre o total de espectadores que estavam a ver televisão nessa altura).

Há duas semanas, quando o secretário-geral do PS se submeteu às questões de Judite de Sousa e de outros 10 portugueses anónimos, o programa Tenho uma pergunta para si teve mais audiência: foi seguido por 1,094 milhões de pessoas. O programa registou 11,3% de rating e 27,1% de share.

Nem um nem outro conseguiram, no entanto, ultrapassar as novelas da SIC ou da TVI, que compõem o pódio dos programas mais vistos do dia. E em ambos os casos a novela da SIC começou a ser emitida ainda Passos e Costa estavam a responder às perguntas.

No caso das entrevistas à SIC, conduzidas por Clara de Sousa, a 25 de Junho o líder socialista foi acompanhado por 965 mil espectadores, e o primeiro-ministro e presidente do PSD, a 14 de Julho, foi seguido por 945 mil.

O vice-primeiro-ministro também foi entrevistado na SIC esta semana no Jornal da Noite, e quase atingiu os valores de Costa e Passos: teve 871 mil espectadores.

Pedro Passos Coelho disse na quinta-feira que este formato com perguntas do público "tem virtualidades" e contou que até já o tinha sugerido ao director de Informação da estação. A RTP1 já o havia aplicado em Outubro de 2013, precisamente com o primeiro-ministro, com o jornalista Carlos Daniel e 20 portugueses a questioná-lo, quando o Governo entrou na segunda metade do seu mandato.

Na altura, O país pergunta teve uma audiência muito idêntica à de Tenho uma pergunta para si: 10,8% de rating que correspondem a 1,045 milhões de espectadores.

"É importante responder directamente às pessoas e dá-lhes a oportunidade de nos olhar nos olhos, de colocar questões que não estamos à espera que possam aparecer e dar-lhes uma resposta directa", afirmou o primeiro-ministro. "Claro que há um risco de perda de generalidade, porque muitas vezes as pessoas tendem a perguntar coisas que lhe são muito próximas, muito directas, muito específicas, e isso às vezes impede-nos de falar de coisas de âmbito nacional que não estão condensadas naquele caso particular que é exposto. Mas para isso é que existem os pivots e moderadores que colocam outras questões", acrescentou.

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