Drones quase colidiram com aviões de passageiros em Varsóvia e Londres
No Reino Unido, a Autoridade de Aviação Civil contabilizou seis outros casos no espaço de um ano.
Os casos voltaram a levantar questões de segurança sobre os aparelhos não pilotados voarem perto de aeroportos na altura em que os aviões estão a aterrar ou a levantar voo. A Autoridade de Aviação Civil britânica fez saber esta quarta-feira que os pilotos de drones serão levados à justiça se os seus aparelhos colocarem em risco aeronaves.
O primeiro caso desta semana ocorreu na segunda-feira, quando um avião de passageiros da Lufthansa quase colidiu com um drone quando se aproximava do aeroporto internacional de Varsóvia. O drone chegou a estar a 100 metros de distância do avião que fazia a ligação entre Munique e a capital polaca.
O drone foi detectado pelos pilotos do avião, que informaram a torre de controlo da sua presença e para receberem informações sobre um novo percurso para o aparelho poder aterrar. O avião da Lufthansa acabou por aterrar em segurança três minutos depois.
Esta quarta-feira há informação de um caso semelhante, mas no aeroporto londrino de Heathrow. A BBC, que cita a Autoridade de Aviação Civil britânica, indica que um Airbus A320 passou seis metros abaixo de um drone que sobrevoava a zona.
O organismo indicou que foram registados seis outros incidentes semelhantes, entre Maio de 2014 e Março deste ano, em aeroportos vizinhos no Reino Unido, onde houve casos de quase colisão entre drones e aviões comerciais com uma distância de cerca de seis metros entre si. Na maioria dos casos não foi possível identificar o proprietário dos dones envolvidos nos incidentes.
Num comunicado emitido hoje, a Autoridade de Aviação Civil britânica afirma que os “utilizadores de drones têm que compreender que quando os seus aparelhos voam estão a entrar numa das áreas mais movimentadas do espaço aéreo do mundo”. “Têm que saber as regras e regulamentações para usar drones que estão desenhadas para manter todos os utilizadores do espaço aéreo seguros”, acrescenta a nota citada pelo Guardian e assinada por um dos directores da autoridade, Tim Johnson.
Os drones estão a ser usados na sua maioria para fotografia ou actividades ao ar livre, mas muitas empresas estão a recorrer aos aparelhos para prestar serviços como entrega de pequenas encomendas e algumas instituições usam-nos nas suas investigações.
Se, por um lado, há quem registe o seu drone, muitos são os utilizadores que não o fazem, o que impede que sejam identificados quando envolvidos em casos como os de Londres e Varsóvia.
Além de aeroportos, na semana passada, bombeiros que combatiam incêndios na Califórnia afirmaram que vidas foram postas em risco quando helicópteros de combate às chamas não puderam lançar água devido a drones privados que sobrevoavam as zonas de fogo.
No caso do Reino Unido, quem for condenado por ter pilotado um drone que coloque em risco vidas humanas arrisca-se a ser sentenciado com uma pena de prisão de cinco anos.