FBI investiga viagem do atirador de Chattanooga à Jordânia

Ainda sem provas de uma possível ligação de Mohammod Youssuf Abdulazeez a um grupo terrorista internacional, o FBI está a tentar perceber o que fez na Jordânia em 2014. O jovem matou quatro marines e feriu três pessoas, antes de ser abatido pela polícia.

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Mohammod Youssuf Abdulazeez tinha 24 anos

Filho de pai kuwaitiano e mãe palestiniana, Mohammod Youssuf Abdulazeez, de 24 anos nasceu no país do pai. No início dos anos 1990 e com o rebentar da Guerra do Golfo, a família emigrou para os Estados Unidos e por aí se fixou. Tanto Abdulazeez como as irmãs, possuem nacionalidade norte-americana, segundo testemunhos recolhidos pelo jornal The Washington Post.

Para o FBI, que lidera a as investigações, não são claros os motivos de Abdulazeez. Uma fonte anónima do FBI disse que as autoridades federais estão a investigar o seu computador e telemóvel, assim como a presença em redes sociais, para perceber se este esteve em contacto com algum grupo extremista durante uma viagem de sete meses à Jordânia.

“Este ataque levanta várias questões (…), [tais como] se foi incentivado por alguém ou se houve propaganda suficiente lá fora para motivá-lo a fazer isto”, disse a mesma fonte, citada pelo jornal The New York Times, acrescentado que, de qualquer forma, ainda nada indica que Abdulazeez foi efectivamente “inspirado por extremistas islâmicos”. Segundo a agência Reuters, o FBI também está a analisar uma suposta viagem ao Iémen.

O perfil discreto de Mohammod Youssuf Abdulazeez está a contribuir para a dificuldade em perceber os seus motivos. Segundo o New York Times, o jovem era bastante “religioso e conservador”, tal como a sua família, mas nunca tinha dado sinais de ser uma pessoa “violenta”. Formou-se e trabalhou como engenheiro e era tido como uma “pessoa normal”.

“Ele era uma pessoa calma, esperta e tranquila, que costumava brincar”, partilhou Greg Raymond, um antigo colega do liceu Red Bank High School, à Reuters. “Parecia ser mesmo um tipo normal”. No seu último ano, Abdulazeez escreveu, com algum humor e provocação, por baixo da sua fotografia no anuário do liceu: “O meu nome provoca alertas de segurança nacional. O que faz o vosso?”.

Um responsável do FBI revelou ao Washington Post que o pai de Abdulazeez esteve na lista de pessoas a vigiar dos Estados Unidos durante alguns anos, mas acabou por ser removido. O filho apenas cometeu um delito digno de registo, em Abril de 2015, ao ser detido por conduzir sob o efeito de álcool.

A verdade é que o atirador nunca deu sinais de ser uma pessoa de comportamentos excessivos ou violentos. Fazia parte da equipa de wrestling no liceu e alguns vídeos de combates que realizou estão publicados no YouTube.  Os vizinhos descrevem-no como um “bom rapaz” e alguém em quem “confiavam”, sem problemas. “Aqui somos como uma família”, disse Elijah Wilkerson, um antigo vizinho dos Abdulazeez, acrescentando que costumava passear com os membros da família.

Os relatos do ataque às instalações militares de Chattanooga deixaram familiares e amigos incrédulos. “Estou chocado”, confessou Abraham Abdulazeez, um primo do autor dos crimes, ao New York Times. “Não sei que mais posso dizer. Estou absolutamente chocado.”

O Presidente norte-americano, Barack Obama, falou na quinta-feira à imprensa, a partir da Casa Branca, e descreveu a morte dos quatro soldados como um “acontecimento devastador” contra aqueles que “serviram o país com tanto valor”.

Obama aproveitou para prestar condolências aos familiares das vítimas e assegurou que estes têm o apoio de “todos os norte-americanos”. Apelou ainda às forças de segurança do país para estarem “atentas e vigilantes”, de forma a serem conhecidos todos os detalhes deste ataque. Texto editado por Sofia Lorena

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