Procuradoria de Brasília abre investigação formal a Lula da Silva
Ex-Presidente é suspeito de usar influência para facilitar negócios da construtora Odebrecht com estados estrangeiros, principalmente em África e na América Latina,
As suspeitas sobre Lula e a existência de uma investigação preliminar já tinham sido noticiadas. Agora, o procedimento preliminar de investigação passa a procedimento investigatório criminal, explicou o diário O Globo. Dito de outra forma: há uma investigação formal.
O antigo Presidente é suspeito de usar a sua influência para facilitar negócios da construtora Odebrecht com estados estrangeiros, principalmente em África e na América Latina, noticiou a Folha de São Paulo.
A empresa faz nesses países obras financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, estatal).
A Odebrecht organizou várias viagens ao estrangeiro em que Lula participou, depois de ter deixado a Presidência. O Ministério Público quer saber se, durante essas visitas, fez conferências e quem as pagou.
Ainda segundo a Folha, o Instituto Lula – que sempre negou que o ex-Presidente faça lobby por qualquer empresa ou seja consultor – mostrou-se surpreendido com a investigação, por considerar escasso o tempo para a análise de documentação solicitada pela Procuradoria, e que lhe foi entregue na semana passada.
Em Maio, o Ministério Público pediu explicações ao Instituto Lula, ao BNDES e à Odebrecht para apurar as já noticiadas suspeitas de tráfico de influência de Lula a favor da construtora.
Para além da abertura formal da investigação, foi solicitado o acesso a informações da Operação Lava Jato – um esquema de corrupção em torno da Petrobras, a petrolífera nacional, em que a Odebrecht é investigada.
Quando, em Junho, foram detidos os presidentes das duas maiores empresas de construção brasileiras, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, Lula – segundo a imprensa brasileira – disse a aliados estar convencido de que seria o próximo alvo da Lava Jato.
A detenção de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo terá sido vista pelo ex-Presidente como um sinal de que estava na mira dos investigadores desse processo.