Em Abril, Pequim reforçou as regras de segurança alimentar para tentar escapar à má reputação em matéria de segurança alimentar, depois de diversos escândalos, desde carne de burro com vestígios de ADN de raposa até ao caso do leite contaminado com melanina que provocou a morte de seis crianças em 2008.

As autoridades chinesas lançaram uma ofensiva ao contrabando de carne congelada e detiveram este mês os responsáveis de 21 grupos criminosos, apreendendo carne avaliada em três mil milhões de yuan (cerca de 435 milhões de euros). Entre a carne apreendida estavam asas de frango, bem como bifes de porco e de vaca, especificou a agência Xinhua.

Segundo a Reuters, embora sem explicar como, as autoridades chinesas descobriram que alguma da carne apreendida tinha mais de 40 anos. Algumas partes estavam em decomposição, acrescentou o China Daily.

“Cheirava mal e quase vomitei quando abri a porta”, contou ao China Daily Zhang Tao, um dos agentes que participaram nas operações.

Fontes da indústria explicam que centenas de toneladas de carne são traficadas para a China, através de Hong Kong e do Vietname, a partir de países como o Brasil e a Índia.

A carne pode ser conservada durante muito tempo, se estiver permanentemente congelada, mas a carne contrabandeada fica muitas vezes em condições de armazenamento deficientes. “Para poupar custos, os contrabandistas alugam muitas vezes veículos normais em vez de camiões refrigerados. Assim a carne descongela muitas vezes antes de chegar aos clientes”, explicou Yang Bo, um agente que combate o tráfico de alimentos.