Técnicos de ambulância de emergência fazem greve às horas extra
Trabalhadores fazem greve ao trabalho extraordinário, a partir das 00h00 de quarta-feira. Secretário de Estado desmarca reunião com sindicato.
Face a desta decisão, o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, desmarcou, ao final da tarde, a reunião de negociação sindical prevista para 7 de Julho, anunciando que fica “adiada sine die”. “As negociações já iniciadas para a criação de uma carreira específica para os TE [Técnicos de Emergência] serão retomadas com o STAE quando a greve for suspensa”, acrescenta o governante, em nota de imprensa em que destaca o “comportamento irrepreensível” da “larga maioria” destes profissionais.
Reunidos em plenário esta segunda-feira, os técnicos de ambulância de emergência decidiram, “por unanimidade”, avançar com esta acção de protesto porque estão “saturados e não têm capacidade nem física nem psicológica” para continuar a trabalhar “horas e dias a fio seguidos sem verem os seus problemas resolvidos”, explicou Miguel Santos, do STAE.
O pré-aviso de greve deste sindicato junta-se ao já apresentado pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais que, no dia 8 deste mês, convocou uma paralisação ao trabalho extraordinário, a partir desta data, por 30 dias. O anúncio da greve foi feito após uma primeira reunião com Fernando Leal da Costa, no dia 7, que, no entender dos sindicalistas, não respondeu aos seus problemas.
Desde o início deste mês que vários técnicos de ambulância de emergência começaram a recusar-se a fazer mais horas extraordinárias, como forma de protesto contra as condições de trabalho e a falta de profissionais, que os tem obrigado a trabalhar “16 ou 24 horas seguidas”, precisou Miguel Santos.
Respondendo à garantia dos responsáveis do INEM de que a assistência não tem sido prejudicada pela recusa ao trabalho e de que o socorro está assegurado, porque há 75 ambulâncias de corporações de bombeiros prontas a ser accionadas, Miguel Santos frisa que “é preciso ver quantas destas já estavam antes a funcionar” e perceber “que tipo de formação” têm as suas tripulações.
Em comunicado, o INEM sublinha que “acredita que o bom senso e o sentido de responsabilidade serão dominantes” e que o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) que o INEM coordena “já demonstrou que está agilizado”. Acrescenta que os profissionais, “integrados” no SIEM, “tudo farão para responder de forma rápida” e destaca “os elogios” que “entidades estrangeiras” teceram à forma como o socorro e a emergência actuaram nos dois recentes acidentes de autocarro na A2 (que liga Lisboa ao Algarve) e a A22 (Via do Infante).
Notícia actualizada com anúncio, do secretário de Estado Leal da Costa, de desmarcação da reunião sindical