Quem vendeu a Avanza à ADO foi uma empresa de capital de risco, a britânica Doughty Hanson, que, por sua vez, tinha adquirido a transportadora de passageiros em 2007. Nesse intervalo de seis anos a capital de risco expandiu os negócios da Avanza, nomeadamente através da compra de concorrentes que operavam na zona de Madrid, dando um ganho de escala ao grupo espanhol, cujas rotas passam também por Portugal.

De acordo com a análise de uma empresa ligada ao mercado de fusões e aquisições, a ADO pagou 801 milhões de euros para ficar com 100% da Avanza. No ano passado, esta empresa gerou receitas de 388 milhões de euros. Pouco depois, no início de Janeiro, aplicou mais 200 milhões em troca de 60% da britânica Zenith Vehicle Contracts, uma empresa ligada à compra e gestão de frotas automóveis.

Apesar da visibilidade dada pela compra da Avanza em 2013, pouco se sabe sobre o grupo ADO. Este aparece identificado como sendo detido a 100% por capitais mexicanos, mas sem referências aos nomes dos proprietários. Criada em 1939, e com sede na cidade do México, o grupo apresenta-se como uma multinacional mexicana, que, actualmente, "é o mais importante operador de transporte terrestre de passageiros do México", com uma frota de 10.000 autocarros e uma equipa de 29.600 funcionários.

Entre os seus negócios, além dos autocarros e do turismo, está uma rede de cafetarias, a Cielito. Detém também uma fundação. Em 2011 assegurou a entrada no capital da grupo Aeroportuário del Sureste (Asur), que gere vários aeroportos, como o de Cancun.