Greve no IPO do Porto obriga a adiamento de cirurgias e consultas
Os médicos protestam contra as horas de serviço que são obrigados a fazer sem descanso.
Uma fonte do conselho de administração do IPO do Porto precisou que, “dos 263 médicos escalados, apenas 74 fizeram greve, enquanto o SMN constatou “uma adesão superior a 90% na generalidade dos serviços”.
“Esta forte adesão demonstra inequivocamente o isolamento do conselho de administração em relação ao corpo clínico, que não suporta mais continuar a ser objecto de todo o tipo de ilegalidades, arbitrariedades, chantagens e mesmo perseguições”, comenta o sindicato em comunicado.
"Está a ser uma greve bastante participada, embora ainda seja cedo para termos a visão completa. De qualquer forma, sabemos que várias grandes cirurgias estão e vão ser adiadas, assim como centenas de consultas. Pedimos, desde já, desculpas aos nossos doentes por causa disso, mas estamos a lutar pela segurança deles", descreveu à Lusa a oncologista Joana Bordalo e Sá, delegada do Sindicato dos Médicos do Norte.
O SMN sublinha que, “apesar das chantagens e das manobras de diversão” dos últimos dias e mesmo “das ameaças do conselho de administração e algumas direcções de serviços, a esmagadora maioria dos médicos daquela instituição iniciou hoje [quinta-feira] uma paralisação que se estenderá ao dia de amanhã [sexta-feira], com uma adesão superior a 90% na generalidade dos serviços”.“E a prova disso é que serviços que nem fazem urgência estão apenas a cumprir os serviços mínimos - casos, por exemplo, da Anestesia, Urologia, Medicina Interna e Pediatria”, sustentou.
O SMN pede à tutela que não ignore “esta grave situação”, considerando que se impõe “uma resolução urgente por parte do Ministro da Saúde que faça cumprir o acordado em sede de negocial com as estruturas sindicais”. A greve decretada pelo sindicato visa protestar contra a ilegalidade de os médicos “continuarem impedidos de cumprir o descanso compensatório, após o trabalho nocturno”. De acordo com o sindicato, esta situação obriga os clínicos a trabalhar “pelo menos 30 horas seguidas, colocando em risco a saúde e segurança dos doentes oncológicos”. A greve conta com o apoio da Ordem dos Médicos do Norte.