Angola quer moratória no pagamento da dívida à China
Presidente da República angolano pediu a Pequim um adiamento de dois anos no pagamento da dívida e novas linhas de crédito.
Além do adiamento do pagamento da dívida, o chefe de Estado de Angola também pediu aos parceiros chineses a concessão de novas linhas de crédito ou a ampliação das já existentes, noticia a agência angolana. A China é o principal cliente das exportações de petróleo angolanas, no ano passado, comprou cerca de metade do petróleo exportado por Angola, que, em troca, recebeu perto de 30.000 milhões de dólares (cerca de 26.600 milhões de euros), e um dos principais financiadores do país africano.
“A condição indispensável para continuar a ter bons resultados na economia e na cooperação bilateral é conduzir a aplicação de uma política macroeconómica que garanta a estabilidade e o crescimento económico sustentável”, afirmou José Eduardo dos Santos, lembrando que Angola tem um problema sério pelo facto de a sua economia depender totalmente da exportação de petróleo (cujo preço desvalorizou cerca de 40% no ano passado)
“A queda significativa do preço do petróleo bruto e a consequente redução acentuada das receitas do Estado obrigou-nos a rever em baixa o nosso Orçamento Geral do Estado e a fazer contenção de despesas, diminuindo a nossa capacidade de reabilitar infra-estruturas económicas e sociais e de promover investimentos públicos e privados”, disse o líder angolano em Pequim.
José Eduardo dos Santos afirmou que Angola quer novos acordos com a China no âmbito do programa de diversificação da economia e destacou áreas de cooperação como as infra-estruturas básicas e económicas, bem como da Educação, Ciência, Energia e Águas, Agricultura, Indústria transformadora, Geologia e Minas, formação de técnicos e especialistas.
O Chefe de Estado angolano assegurou que o seu país vai continuar empenhado em criar as condições para um ambiente mais favorável a essa cooperação, no que diz respeito à promoção e protecção recíproca de investimentos, à rejeição da dupla tributação e à facilidade na concessão de vistos.
José Eduardo dos Santos destacou ainda o nível de entendimento político entre Angola e a China, que tem permitido, segundo escreve a Angop, a adopção de posições coincidentes em relação a temas como a crise económico-financeira, o ambiente, o terrorismo transnacional, a imigração ilegal e as grandes endemias.