O que disse Sócrates desde que foi detido

Uma selecção de frases elaboradas pelo ex-primeiro-ministro a partir de Évora.

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José Sócrates foi detido a 21 de Novembro e no dia seguinte acompanhou buscas na sua casa em Lisboa Enric Vives-Rubio

"A minha detenção para interrogatório foi um abuso e o espectáculo montado em torno dela uma infâmia; as imputações que me são dirigidas são absurdas, injustas e infundamentadas; a decisão de me colocar em prisão preventiva é injustificada e constitui uma humilhação gratuita.”
José Sócrates, em comunicado enviado à rádio TSF e ao PÚBLICO
26-11-2014

“Será em legítima defesa que irei, conforme for entendendo, desmentir as falsidades lançadas sobre mim e responsabilizar os que as engendraram.”
26-11-2014

Não tenho dúvidas que este caso tem também contornos políticos (…). Quero o que for político à margem deste debate. Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o partido e prejudicaria a Democracia.
26-11-2014

“Só deixa de ser livre quem perde a dignidade. Sinto-me mais livre do que nunca.”
Expresso
29-11-2014

“É certo que é difícil eu falar. Estou preso, mas não lhes faço o favor de ficar calado.”
Carta enviada à RTP
01-12-2014

“O ‘sistema’ vive da cobardia dos políticos, da cumplicidade de alguns jornalistas, do cinismo das faculdades e dos professores de Direito e do desprezo que as pessoas decentes têm por tudo isto.”
Carta enviada ao Diário de Notícias
04-12-2014

“Não, não fui – nem confrontado com factos quanto mais com provas. E isto é válido para todos os crimes que me imputam, que considero gravíssimos para quem exerceu funções públicas.”
TVI
02-01-2015

“A prisão preventiva foi aqui utilizada para investigar, mas também para aterrorizar, para despersonalizar – e para calar. Hoje, quero dizer mais: neste caso, prendeu-se para, em certo sentido, provar.”
TVI
02-01-2015

“Aos olhos da opinião pública, a prisão substituiu-se ao processo, à investigação, à instrução, aos indícios, às provas, ao contraditório, ao julgamento – e até à sentença.”
TVI
02-01-2015

“Fui detido e preso [preventivamente] sem me terem sido referidos nem factos nem provas de que tenha cometido quaisquer crimes, a começar pelo crime de corrupção que estaria na origem de tudo. (…)É uma imaginativa cascata de presunções. Mas não passa disso.”
TVI
02-01-2015

“Sei que quando decidiram proibir-me de falar, o que pretendiam conseguir era que tudo estivesse do lado deles – o procurador, o juiz, os jornais. E podem, de facto, ter muito do lado deles. Menos a verdade. Essa, não está do lado deles. E é pelo triunfo da verdade que lutarei.”
TVI
02-01-2015

“Este processo é, na sua essência, político. No sentido em que tem que ver com o poder, os seus limites e o seu exercício; o poder de deter para interrogar e o poder de prender preventivamente pessoas inocentes. Já para não falar nas consequências que este processo inevitavelmente terá na disputa política. Veremos quais. Como já disse, isto ainda agora começou.”
TVI
02-01-2015

“Nunca fugi de nenhuma dificuldade, sempre as enfrentei.”
SIC
03-02-2014

“Onde é que estão as famosas ‘provas’ ou os ‘fortes indícios’ dos crimes que me imputam? E, ao certo, de que crimes concretos é que estamos a falar? É essa a resposta que falta. E, enquanto faltar, nem esta prisão preventiva se justifica nem este processo pode ter futuro.”
SIC
03-02-2014

“As violações do segredo de justiça vieram precisamente daqueles a quem compete fazer justiça e aplicar a lei.”
SIC
03-02-2014

“Ao atacar um adversário político que está na prisão a defender-se de imputações injustas, o senhor primeiro-ministro não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito, antes revela o seu caráter e o quanto está próximo da miséria moral.”
Carta enviada à TSF, Diário de Notícias e Jornal de Notícias
05-03-2015

“Este cobarde ataque pessoal em nada me surpreende. (…) A perseguição política e a tentativa de condicionamento do resultado das próximas eleições ficou agora clara aos olhos dos portugueses.”
05-03-2015

“Em vez de atirar lama para cima dos outros, o senhor primeiro-ministro faria melhor em explicar aos portugueses se ele próprio cumpriu ou não cumpriu a lei. Pela minha parte, é o que tenho feito. Em nome da verdade é o que continuarei a fazer.”
05-03-2015

“Ao fim de cinco meses em prisão preventiva, o nosso estimável Ministério Público não teve ainda tempo para apresentar os factos e muito menos as provas dos crimes que me imputa. Pelos vistos, não acha que seja já tempo para apresentar a acusação.”
Carta enviada ao fundador do PS António Campos
SIC Notícias
28-04-2015

“[O Ministério Público] tem uma teoria, acredita nela e parece convencido de que não precisa de provar nada para me manter preso ou até para obter uma condenação.”
SIC Notícias
28-04-2015

“Nunca pensei que regressássemos a um tempo em que é necessário lembrar que quando a acção penal ignora as barreiras que o Estado de Direito lhe coloca, de proporcionalidade, de garantias de processo, de formalismo, o resultado será sempre o terrorismo de Estado. Mas claro, tudo isto é um ‘supor’.”
SIC Notícias
28-04-2015