Bruno de Carvalho ataca oposição interna
O presidente do Sporting virou baterias para as vozes críticas de alguns sportinguistas à sua gestão.
"A toda esta recuperação financeira e desportiva demonstrada pelo Sporting Clube de Portugal nos últimos dois anos, os nossos rivais avançam com campanhas de bastidores para descredibilizar quem já tem obra feita. Inesperado, ou não, são alguns dos porta-vozes dessas campanha: Dias da Cunha, José Roquette, Isabel Trigo Mira, Vasco Lourenço, Pires de Lima, Rui Barreiro", afirmou Bruno de Carvalho, acusando alguns destes sportinguistas de terem sido responsáveis por "resultados desportivos e financeiros desastrosos" para o clube.
O presidente "leonino" acusou mesmo alguns destes seus críticos de terem contribuído para um Sporting "perdedor", "submisso" e "tímido".
Depois de ter recordado o passado mais recente do Sporting e de admitir um "défice de glória", de relembrar que na última metade dos 108 anos de história do clube só por oito ocasiões os "leões" foram campeões, Bruno de Carvalho lamentou o caminho percorrido pela anteriores direcções, que deixaram o clube com "500 milhões de euros de passivo" e esbanjando uma das armas do Sporting face aos rivais. "Até ao final dos anos 90 éramos o clube português com mais património. Ficámos apenas com um estádio e uma academia e com uma pesada dívida", disse.
Anunciando um novo ciclo e lamentando que no Sporting se sofra aquilo que designou de automutilação crónica, Bruno de Carvalho referiu os quatro pontos que considera essenciais para o clube recuperar o cognome de "crónico", aquele que de forma crónica ganhava. Terminar a auditoria responsabilizando os culpados por actos de gestão danosa, nunca vergar o clube aos interesses dos que se servem dele, afastar sem receios os que se servem do Sporting e ser campeão não apenas de vez em quando.
Depois, Bruno de Carvalho mandou também um recado a Pires de Lima, ministro da Economia, que no sábado fez um apelo ao Sporting para tratar com mais dignidade Marco Silva, o treinador que foi alvo de um processo disciplinar com vista ao despedimento com justa causa.
"Temos agora os moralistas de taxas e taxinhas a sentir necessidade de aparecer novamente. Creio que Portugal merece mais atenção e quem tem responsabilidades para com o mesmo, deve concentrar os seus esforços [nele] 24 horas por dia, como eu faço no Sporting. E com isso deixar de opinar sobre o que não se sabe", disse Bruno de Carvalho, numa referência implícita ao ministro Pires de Lima.