Franchising cresce à boleia de supermercados, perfumarias e lavandarias
Depois de mais de dois anos de travagem na expansão deste modelo de negócio, há sinais de dinamismo e a oferta é cada vez mais variada. Feira no Estoril tem a maior participação de sempre de cadeias de distribuição.
A feira que arranca amanhã no Estoril vai ter a maior representação de sempre de cadeias de supermercados, espelhando uma estratégia de negócio que até os maiores operadores e líderes de mercado estão a abraçar. “As cadeias de distribuição estão a apostar cada vez mais no franchising, adaptaram o negócio ao comércio de proximidade e fazem-no em rede através de empresários locais que até já tinham o seu negócio implementado e aderem à marca. Também usam este modelo para expandir para outros locais com empreendedores que não tinham experiência”, detalha Carlos Santos. Na feira estarão a Sonae, com o Meu Super, e as redes Spar, Coviran e Dia/Minipreço que já assentam a estratégia em parcerias com empresários independentes.
A rede de supermercados de bairro da Sonae atingiu as 140 lojas no ano passado, o dobro do ano anterior, e registou vendas líquidas de 50 milhões de euros. A intenção é chegar às 200 este ano e a uma facturação de 80 milhões. O maior concorrente do grupo, a Jerónimo Martins, tem 150 lojas Amanhecer através do grossista Recheio e este ano tem planos para abrir oito supermercados Pingo Doce num regime semelhante ao franchising.
Mais recentemente, a Auchan (dona do Jumbo) também veio anunciar o franchising do Pão de Açúcar e, como noticiou o Diário Económico, já tem duas superfícies a operar na Ericeira desde finais de Abril. A intenção é ter oito a dez lojas neste formato em 2015 e chegar perto das 80 em 2019.
Já a cooperativa Coviran fechou 2014 com 320 supermercados em Portugal e 239 sócios. Estima chegar aos 400 estabelecimentos este ano. Também o grupo Dia/Minipreço tem 288 franquiados em Portugal e planos para renovar a oferta de produtos frescos com o conceito Minipreço Market.
Mas nem só de supermercados se faz a expansão do franchising. Carlos Santos descreve outra área “que começou de forma tímida o ano passado e se está a intensificar”: as lavandarias self-service. Junta-se a das perfumarias de marca própria, “que está a crescer há três anos e continua a desenvolver-se no mercado nacional”. Além dos perfumes, estas empresas estão a começar a vender produtos de cosmética e aromas para o lar, numa tentativa de diversificação.
“Há marcas novas de venda de peixe congelado, que nunca tivemos, ou reparação de telemóveis ou tablets. Há ainda um projecto pioneiro de pizzas que se vendem ainda quentes em máquinas de vending”, conta o director do IIF.
“Durante alguns anos houve grandes tendências que acabavam por ser dominadoras do mercado, muito ligadas à estética, depois, à compra e venda de ouro. O que se está a assistir agora é algo mais interessante: há um conjunto de marcas diferenciadores e de diferentes áreas de negócios”, sublinha.
Mais de 60% dos conceitos são de origem portuguesa, percentagem que não se alterou nos anos de maior crise, em concreto, em 2012, 2013 e primeiro trimestre de 2014. Neste período houve uma abrandamento na expansão e as empresas optaram por “reforçar e consolidar o negócio”. Agora, há sinais de “dinâmica e desenvolvimento neste tipo de conceito”.
O franchising assenta numa parceria em que uma empresa dá a outra o direito de utilizar a sua marca e modelo de gestão, e explorar produtos e serviços mediante uma contrapartida financeira.