A batalha de Cameron para mudar a UE começou em Riga

As negociações a sério vão começar na semana que vem, com encontros bilaterais com Juncker, Hollande e Merkel

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Cameron disse estar "confiante" nas negociações Ints Kalnins/reuters

Os temas em discussão na capital da Letónia tinham a ver com a Parceria Oriental da UE, a política que visa a reforçar os laços políticos e económicos com os seis países europeus saídos da ex-URSS: Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Geórgia, Moldávia e Ucrânia. Mas a grande expectativa era sobre o que diria Cameron sobre os seus planos. François Hollande, o Presidente francês, garantiu que não foi discutido nada oficialmente: “Não houve discussão nenhuma, nem em reunião plenária, nem nos apartes. Nem sequer era o momento apropriado”.

O momento certo será de carácter bilateral e deverá começar na semana que vem, logo na segunda-feira, quando Cameron receber o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na sua residência de campo, em Chequers. As negociações bilaterais prosseguirão nos dias 28 e 29, com visitas do primeiro-ministro britânico a Paris, para falar com Hollande, e a Berlim, para conversar com Angela Merkel.

Mas Hollande vai deixando um aviso: “A Europa não está interessada num referendo. Por ora, David Cameron não apresentou nenhuma proposta. Mas imagino que tenha uma série delas”.

As ideias de que Cameron tem falado como condições para que o Reino Unido permaneça na UE têm a ver alguns poderes que gostaria de ver repatriados para Londres. Mas também quer cortar benefícios sociais a imigrantes – concretamente, a cidadãos de outros países da EU que procuram o Reino Unido para trabalhar, o que é bastante problemático, à luz das regras da livre circulação de cidadãos comunitários.

A Comissão Europeia traçou uma linha vermelha nas negociações com o Reino Unido, que abrange “quatro liberdades fundamentais” de que não abrirá mãos: livre circulação de pessoas, dos bens, dos capitais e serviços.

Quanto aos temas da Parceria Oriental, a cimeira de Riga estabeleceu as condições para um novo empréstimo de 1800 milhões de euros à Ucrânia, e este país e a Geórgia receberam sinais encorajadores de que poderão vir a beneficiar da liberalização dos vistos de entrada na UE a partir de 2016, um regime já aplicado aos moldavos.

Mas, que fique bem claro – para que a Rússia não se irrite desnecessariamente – nada disto significa que esteja para breve uma adesão à União Europeia: “Ninguém prometeu que a Parceria Oriental seria uma via automática para a adesão à UE”, sublinhou o presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk.

 

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