Três Lápis para Portugal num dos prémios de design mais importantes do mundo
PÚBLICO, nova identidade gráfica da cidade do Porto e campanha Sons da Tortura da Amnistia Internacional premiados em cerimónia que distinguiu, entre outros, o Apple Watch.
A nova identidade visual do Porto foi então premiada na categoria de Branding, com o Lápis de Grafite a ser entregue à agência dirigida por Eduardo Aires e que forrou comboios do metropolitano e ocupou cartazes e mupis da cidade de azul e branco. Já a campanha Sons da Tortura, que contou com músicos como Hélio Morais (baterista dos PAUS e dos Linda Martini) e na construção de um instrumento musical a partir de objectos usados em tortura, vive num site em que cada peça de uma bateria tem uma história associada. Os bidões usados para simular afogamento (waterboarding) contra prisioneiros, pratos a simbolizar a desnutrição, alicates que extraem unhas…
Fundada em 1962 por um grupo de designers e directores de arte que visavam celebrar a comunicação criativa e elevar os padrões do sector, a D&AD (inicialmente sob o nome British Design & Art Direction) criou os seus prémios um ano depois e atribui desde então um dos galardões mais desejados do design e da publicidade mundial. O prémio máximo é o Lápis Negro, atribuído segundo critérios mais apertados para distinguir feitos revolucionários ou inovadores no seu campo e que em alguns anos pode nem ser atribuído.
Em 2009, o PÚBLICO tornou-se o primeiro jornal português a obter o Lápis Amarelo na categoria de Magazine & Newspaper Design pelo seu desenho — na altura visando o design do caderno principal e do caderno diário P2 — e continua a ser, desde 1999, a única publicação portuguesa a ter tal distinção. Este ano, o único Lápis Amarelo entregue em Londres na categoria de imprensa foi para a revista do diário norte-americano New York Times com a edição de 12 de Outubro de 2014 dedicada à alimentação. Com o prémio atribuído quinta-feira à noite em Londres, desta feita na subcategoria de Entire Newspaper, o PÚBLICO volta a ser distinguido, sendo que este ano foram premiadas publicações como as revistas Wired ou Wallpaper* ou a relação da edição digital e em papel do diário britânico Guardian.
São 25 os grupos de jurados especializados em cada sector e cerca de 200 profissionais das diferentes áreas. Este foi o primeiro ano em que foram atribuídos lápis de grafite e madeira, sobretudo para valorizar aqueles projectos que ficavam nas antigas secções In Book e Nomination, que eram distinções mas não tão claramente perceptíveis enquanto tal, como explicou o CEO da D&AD, Tim Lindsay.
Entre os jurados da categoria de Branding estão os directores criativos da Apple Europa ou do NB: Studio, e na secção de Crafts Design os responsáveis criativos da Vault 49 ou da Build. O júri da secção de jornais e revistas inclui os directores de arte ou criativos da revista do New York Times, Wallpaper*, Wired, The Gentlewoman ou B.A.M..
No total da edição de 2015 dos prémios D&AD concorreram 22 mil trabalhos de 85 países e foram atribuídos 848 lápis — o país vencedor em quantidade foi o Reino Unido, que obteve 229 lápis, entre os quais sete amarelos e dois negros, logo seguido pelos EUA — um dos lápis amarelos entregues aos Estados Unidos foi o de design de produto pelo Apple Watch. A campanha publicitária mais premiada foi #LikeaGirl, para a marca Always, que se lançou como vídeo viral e depois atingiu o apogeu da exibição publicitária mundial — passar no intervalo do SuperBowl norte-americano.