Sondagem à boca das urnas dá vitória aos conservadores de David Cameron
Os primeiros números abrem a forte possibilidade de Cameron se manter primeiro-ministro do Reino Unido. Partido nacionalista escocês pode eleger 58 dos 59 deputados eleitos por este país.
Para os analistas políticos, a dúvida é se Cameron avançará para um governo minoritário, procurando alianças parlamentares caso a caso, com os liberais-democratas e com o Partido Democrático do Ulster. Os parceiros de Cameron na coligação governamental actual, os liberais democratas, poderão eleger dez deputados, menos 47 do que em 2010.
O Parlamento de Westminster tem 650 deputados, para assegurar um governo são precisos 326 votos. O que Cameron pode ter conseguido com alianças, se os dados da sondagem à boca das urnas se confirmarem ao longo da madrugada de sexta-feira – a contagem dos votos só estará terminada perto das seis da manhã e todos os analistas nos directos dos canais de televisão britânicos estavam muito cautelosos, sublinhando que é preciso esperar pelos números definitivos.
Como se previa, o Partido Trabalhista (239 deputados), de Ed Miliband, viu grande parte dos deputados com que contou em eleições anteriores serem transferidos para o Partido Nacional da Escócia (SNP), que elege, de acordo com esta sondagem, 58 dos 59 deputados que cabem ao país no Parlamento de Westminster. Galvanizado pelo referendo à independência do ano passado – ganhou o “não” por curta margem -, o SNP assume-se nestas eleições quase como o partido único da Escócia, uma declaração política inequívoca por parte dos eleitores locais.
A líder do SNP, Nicola Sturgeon, ofereceu uma coligação a Ed Miliband, que este recusou. Sturgeon acusou o trabalhista de poder vir a ser o responsável pela permanência de Cameron no poder, mas os analistas disseram que ao SNP interessava desde o início a permanência de um governo conservador no poder – a realização de um referendo sobre a permanência da união na União Europeia, prometido por Cameron, pode acelerar uma nova tentativa de independência na Escócia, que rejeita a ideia da saída da UE.
Sturgeon, a única líder a comentar, através das redes sociais, esta sondagem, pediu cautela com estes números. “Muita cautela. Esperava um número bom, mas 58 parece-me demais”.
A deputada trabalhista Harriet Harman disse à BBC que, se a sondagem se confirmar, Cameron perdeu a maioria. Porém, os números não são favoráveis à possibilidade de Miliband poder avançar para uma tentativa de formação de governo. Mesmo numa aliança estratégica com o SNP – de que se chegou a dizer que seria o partido que iria decidir o próximo governo, caso os seus deputados dessem a maioria absoluta aos trabalhistas -, o galês Plaid Cymru e o Verde, Miliband não consegue, à luz desta sondagem, juntar mais do que 306 deputados.
O Partido da Independência do Reino Unido (UKIP, anti-europeu e anti-imigração, 13% dos votos nacionais) deverá conseguir eleger um segundo deputado, não se sabia se seria Nigel Farage, o líder, que anunciara que abandona a política caso perca eleição. O Partido Verde pode também passar de um para dois deputados.