Praia com espreguiçadeiras e “caixa de areia” em meia-lua nasce em Belém

O Terreiro das Missas, em Lisboa, vai ser transformado numa "praia urbana", onde serão bem-vindos "turistas ou portugueses", quer estejam "vestidos ou em fato de banho".

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Nuno Ferreira santos

“Vamos reabilitar um espaço que está todo estragado e aproveitar uma zona que está subaproveitada”, sublinha Fernando Ribeiro Rosa, referindo-se ao terreno com 2.800 m2 junto à Estação Fluvial de Belém. Depois de ter sido palco da bênção dos navios bacalhoeiros que partiam para a Terra Nova e para a Gronelândia no século XX, este local foi utilizado nos últimos anos para a realização de vários eventos, que segundo o autarca social-democrata o deixaram “completamente de pantanas”.

A ideia de Ribeiro Rosa, que está a ser desenvolvida “em conjunto” com a Câmara de Lisboa, passa por transformar o espaço numa “praia urbana”, com “uma caixa de areia em forma de meia-lua”. Essa estrutura, que ocupará cerca de “um sexto” da área do Terreiro das Missas e na qual os visitantes poderão simplesmente pôr os pés na areia ou mesmo deitar-se, será ladeada por “espreguiçadeiras de várias cores”.

Nessas espreguiçadeiras ou nas mesas e cadeiras que serão colocadas junto a elas, diz o autarca, será possível “beber um gin tónico, comer um hamburger, um cachorro ou uma queijada de Sintra, a ouvir uma música de fundo”, “numa zona única, em frente ao rio”. Nesse sentido, está prevista a concessão a privados de “uma ou duas estruturas móveis, com casas de banho”.

A solução para essas estruturas ainda não está fechada, mas o presidente da Junta de Freguesia de Belém sublinha que elas “têm que ser muito bonitas, de muita qualidade” e “adequadas ao local”, que fica alinhado com o Jardim Afonso de Albuquerque e com a Presidência da República. “Não quero que se pense que isto é uma Feira Popular. Nada disso”, remata.    

A pensar em quem quiser “refrescar-se”, está prevista a instalação de “repuxos” no local. E tomar um banho no Rio Tejo, será possível? “Não aconselhamos, mas quem quiser pode. Hoje está muito menos poluído, já nem existe cheiro”, responde Ribeiro Rosa.

“Vai ser único aqui em Lisboa. Não pretendo rivalizar com o Torel nem com Carcavelos. Cada qual no seu estilo”, diz ainda o autarca, notando que este será um espaço aberto a todos, sejam eles “turistas ou portugueses, velhos ou novos” e quer venham “vestidos ou em fato de banho”. Questionado sobre se tem sido positiva a reacção dos moradores de Belém a este projecto, Ribeiro Rosa garante que sim, mas admite que não espera que haja unanimidade em torno dele: “Tenho receio que haja gente que pense que eu sou maluco”.

Quanto a custos, o autarca do PSD afirma que o valor de 50 mil euros que tinha sido inicialmente pensado, e que está previsto que a câmara transfira para a junta ao abrigo de um contrato de delegação de competências a celebrar em breve, não deverá ser suficiente. Até porque a sua intenção é que a praia urbana fique aberta “o ano inteiro” e tenha condições para receber eventos vários.

Finalmente, em relação à data prevista para a abertura desta nova “zona de lazer”, Ribeiro Rosa declara-se “um homem ambicioso” e diz que o seu objectivo é que tal aconteça já este Verão.

Ainda em 2014 o vereador do Urbanismo afirmou publicamente que a Câmara de Lisboa estava disponível para colaborar na execução deste projecto. Ribeiro Rosa garante que essa colaboração tem existido e acrescenta que foi do próprio Manuel Salgado a ideia de criar uma praia urbana em Belém.

Praia do Torel reabre em Agosto
Depois de ter recebido “mais de 80 mil pessoas” no último Verão, o Jardim do Torel, próximo da Avenida da Liberdade, vai voltar a transformar-se numa “praia urbana” durante o mês de Agosto. “É para repetir”, assegura o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, que promete “novidades” para a edição deste ano.

Entre essas novidades, adianta Vasco Morgado, poderá estar a substituição da água doce na qual os visitantes puderam banhar-se por água salgada. O autarca do PSD acrescenta que as bolas de berlim típicas das praias portuguesas vão regressar, assim como as actividades paralelas. A programação ainda não está fechada, mas sabe-se já que irá incluir a projecção de clássicos do cinema durante a noite.

Em 2014, os custos desta iniciativa foram suportados com patrocínios de privados, e a expectativa de Vasco Morgado é que o mesmo aconteça este ano. E não teme o autarca que a futura “praia urbana” de Belém faça concorrência à do Torel? “Até tenho pena que não haja mais na cidade. A prova de que fazem falta locais de diversão deste tipo na cidade são as 80 mil pessoas”, responde. 

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