Cavaco promete resposta a Passos Coelho para 2016
Presidente fez conferência de imprensa mas não quis falar aos jornalistas sobre assuntos da actualidade nacional por estar na Noruega.
Cavaco Silva respondeu a várias questões de actualidade hoje, em Bergen, onde chegou há poucas horas, depois de dois dias passados em Oslo, a capital da Noruega, onde se encontra em visita oficial. As respostas que deu foram, quase todas, evasivas. "Estou na Noruega, com uma agenda muito específica", justificou, não esclarecendo se leu, ou não as propostas do documento económico do PS, nem se confirmava que o coordenador do cenário macroeconômico socialista, Mário Centeno, terá sido convidado pela Presidência para participar na conferência internacional sobre os jovens e Portugal, que se realizará dentro de 15 dias.
O mesmo para a greve dos pilotos da TAP. Ou para o regresso da lei da cópia privada, que regressa ao Parlamento, para votação, na sexta-feira, após ter sido alvo de um veto político do Presidente. Quer comentar? "Não, não tenho nenhum comentário porque agora estou em Oslo. Aliás, aqui estou em Bergen. Peço desculpa (risos). Estive em Oslo e agora estou em Bergen."
De resto, desvalorizou o impacto das suas declarações, durante a viagem para Oslo. Nem a data das eleições, nem a lei "anacrónica", nas suas palavras, hoje reafirmadas, que rege a cobertura mediática das campanhas eleitorais. Se não for mudada a lei, o Presidente sente que os partidos estão a desvalorizar a sua opinião? "Eu não comento os trabalhos da Assembleia da República."
Mais longe, só em matéria económica. Ainda hoje de manhã, num encontro com empresários do sector da energia, Cavaco Silva dissera que o crescimento do PIB será, segundo as previsões, de 1,7%. Antes, em Paris, na OCDE, dissera acreditar que pudesse ser de 2%. Porquê? "Quando faço discursos oficiais, menciono as previsões oficiais." No entanto, continua a defender que é possível que o crescimento da economia supere as previsões: "Cada vez há mais economistas a dizer que Portugal pode registar em 2015 uma taxa de crescimento de 2%. A Universidade Católica ja avançou esse número numa publicação."
De manhã tinha dito também que "o défice orçamental está sob controlo". Horas depois, o comissário Pierre Moscovici, pusera a hipótese contrária. "A previsão oficial é de 2,7% e eu não comento aquilo que as instituições europeias possam dizer em relação a esse objectivo. Estamos apenas no início do segundo trimestre, vamos aguardar pelos resultados que surgirão mais para o fim."
O Presidente queria falar da "agenda do mar" e, a esse respeito, disse alguma coisa sobre política interna. "Quando eu fui primeiro-ministro existia o ministério do Mar. Fiquei satisfeito com a decisão do actual Governo. Só que as questõess do mar são tratadas em vários ministérios e por isso entendo que deve haver uma intervenção integrada."
Isso mesmo tinha dito, quando se dirigiu aos jornalistas: "Contribuir para a irreversibilidade da agenda do mar. Que passe a fazer parte, agora e no futuro, da agenda política."