Sampaio da Nóvoa quer uma campanha pela positiva

Candidato a Belém quer sobretudo discutir ideias evitando comentar posições do actual Presidente da República ou dos partidos.

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Sampaio da Nóvoa estranha que Belém considere apoiar uma candidatura "das políticas de austeridade, dos rostos do passado, de Passos Coelho, de Paulo Portas e das políticas que foram feitas nos últimos anos”. Ricardo Castelo\NFACTOS

“O princípio que já me envolve a alguns anos a esta parte é fazer uma reflexão sobre Portugal e dizer que Portugal raramente ou nunca investiu dentro de nós”, disse, para depois acrescentar que pretende explicar às pessoas como ao longo de séculos prevaleceu a convicção de que alguém iria resolver os problemas do país.

“Tivemos sempre uma espécie de ausência”, sintetizou o candidato à Presidência da República, frisando a urgência de Portugal assumir a consciência de que “temos de investir em nós do ponto de vista da cultura, do conhecimento, da agricultura, da renovação da economia”.

Um dos aspectos que mais curiosidade lhe desperta é o de se aperceber pelos jornais de “como nos são imputadas coisas que nunca dissemos”, referindo como exemplo nunca ter falado num Presidente mais interventivo. Por isso mesmo, garantiu que iria fazer uma campanha eleitoral pela positiva, com propostas e ideias, evitando comentar posições do actual presidente da República ou dos partidos.

Sampaio da Nóvoa vai tentar confrontar as suas convicções com a opinião das pessoas e os seus problemas e a partir decidir propostas, tendo elegido a questão do Estado Social como o tema central da sua campanha, “sobretudo no que diz respeito à protecção das pessoas, dos mais jovens e idosos”.   

Diz estar “muito confiante” em relação ao resultado final da sua campanha. Toma como referência os sinais que foi recebendo ao longo das últimas semanas, que classifica de “muito animadores”.

Resta saber se Sampaio da Nóvoa conseguirá fazer passar a sua mensagem, pois, como o próprio diz, é “apoiado por um grupo de jovens que está a fazer uma campanha pela primeira vez, sem qualquer experiência”. “Estamos a aprender tudo.”

Não se furtou a comentar a greve da TAP, revelando que pertence e tem estado envolvido no movimento “Não TAP os olhos”, dinamizado por António Pedro de Vasconcelos e que “já se manifestou contra esta greve nos termos em que o fez e com os quais” está “solidário”. 

Sampaio da Nóvoa escolheu a Ovibeja para iniciar as suas acções de pré-campanha por tudo o que ali se apresenta do ponto de vista da história, do património, da cultura e do futuro, porque “tudo o que é história é futuro”, observou.

“Tenho muito gosto em estar presente na actuação simultânea de 105 grupos corais alentejanos.” Com efeito, mais de duas mil vozes em uníssono cantaram cinco modas perante o entusiasmo e a comoção dos que assistiam, uns com lágrimas, outros aplaudindo rendidos à poderosa força do cante alentejano.

Vinha acompanhado do deputado socialista Pita Ameixa, eleito pelo círculo eleitoral de Beja, de Vítor Barros, ex-secretário de Estado de um governo socialista, e de militantes de base do PCP e Bloco de Esquerda.

Inteirou-se do projecto Alqueva, assumindo o seu desejo de navegar num barco-casa na grande albufeira, e da história do cante alentejano.

Pelos comentários que se iam ouvindo à passagem do candidato pelos stands da Ovibeja, não era um desconhecido que se apresentava aos frequentadores da feira.

 

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