Metro de Lisboa diz que estudo da Quercus sobre ruído “não é credível”

Empresa diz que os métodos utilizados, como telemóveis, não são credíveis. Quercus garante que medição "foi rigorosa".

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Empresas de transporte são as grandes devedoras Rui Gaudêncio

"Face à informação disponibilizada sobre o estudo, consideramos que a metodologia utilizada não é credível e que não é reconhecida pela legislação portuguesa”, diz a transportadora em comunicado. “Se, por um lado, os equipamentos e métodos utilizados na medição, nomeadamente o uso de telemóveis, não oferecem credibilidade, por outro, desconhece-se se o estudo foi efectuado por técnico habilitado para o efeito e quais os métodos de medição usados", acrescenta.

O estudo da Quercus divulgado nesta quinta-feira revela que os passageiros do Metropolitano de Lisboa estão sujeitos a níveis de ruído superiores aos limites legais e que, conjugados com o ruído ambiente, podem representar riscos para a saúde. A associação efectuou medições nas quatro linhas do metro, entre Agosto e Setembro do ano passado, e em todas elas registou um nível médio de ruído superior a 80 decibéis (dB) – sendo que a partir dos 70 ou 75 dB o corpo humano começa a reagir ao ruído, seja de forma física, mental ou emocional.

Em comunicado, a Quercus indica que os troços mais problemáticos são Cais do Sodré–Rossio, Cidade Universitária–Entrecampos, Senhor Roubado–Ameixoeira, Chelas–Oriente, e Pontinha–Carnide, nos quais o valor ultrapassou na maioria dos casos os 85 dB. “No troço mais recente da rede – entre as estações do Oriente e do Aeroporto – foram registados níveis sonoros médios superiores a 84 dB em todas as medições”, afirma.

Na nota, a Quercus explica que as medições foram realizadas através da aplicação NoiseTube para smartphones Android. “De forma a garantir a fiabilidade da monitorização, foram feitas em alguns troços medições complementares com recurso a um sonómetro Brüel & Kjær 2260 Investigator calibrado e certificado, o que permitiu o controlo da qualidade dos valores medidos através do telemóvel, em linha com trabalhos científicos semelhantes realizados anteriormente”, salienta, garantindo que “a metodologia utilizada foi rigorosa”.

O Metro contrapõe que as medições “devem ser efectuadas de forma diferenciada, consoante o objectivo das mesmas - medições de ruído ambiente ou de ruído ocupacional-, e de acordo com as regras definidas na legislação e/ou normalização publicada nestas matérias”. Nesse sentido, frisa, para a avaliação de ruído ambiente, a legislação portuguesa obriga a que os ensaios acústicos sejam efectuados por entidades acreditadas, utilizando um sonómetro de modelo homologado pelo Instituto Português da Qualidade (com certificação e verificação válidas), e de acordo com a normalização portuguesa em matéria de acústica.