Lisboa lança roteiro a pensar nos imigrantes
O documento, que quer ser “um simples guia para quem chega à cidade”, vai estar disponível em papel e na Internet
O documento, que poderá ser consultado em papel ou na página da Câmara de Lisboa na Internet, foi apresentado esta terça-feira na Assembleia Municipal de Lisboa. “Queremos que chegue às mãos e aos ecrãs de cada um que chegue à nossa cidade”, afirmou na ocasião o vereador João Afonso, que aproveitou para lançar a embaixadas e outros parceiros desta área o desafio para que ajudem a fazer a tradução do roteiro, possibilitando assim que chegue a imigrantes de várias nacionalidades.
“Lisboa tem de se tornar uma cidade amiga dos que chegam”, frisou o autarca, que vê o lançamento deste documento como “um passo” nesse sentido. Nas suas 30 páginas é possível saber onde se localizam diferentes serviços, como conservatórias e registos, hospitais públicos, esquadras da PSP e juntas de freguesia, e quais os principais serviços neles prestados. Na versão online, que segundo a câmara estará online esta quarta-feira, haverá um mapa e as informações disponibilizadas serão alvo de actualização periódica.
Na intervenção que fez, a presidente da assembleia municipal lamentou que a Europa esteja “a transformar-se numa fortaleza cada vez mais inacessível”, que “deixa morrer milhares e milhares de pessoas no Mediterrâneo”. Para Helena Roseta, é tempo de “abrir o território, e sobretudo o coração”, por forma a que se evitem “tragédias” como aquelas que têm ocorrido nos últimos dias.
Após a apresentação do roteiro, a assembleia foi palco da primeira sessão de um debate sobre Migrações e Demografia em Lisboa, que terá continuidade nos dias 5 e 19 de Maio e 2 de Junho. Um dos oradores foi o professor universitário Jorge Malheiros, que notou que Lisboa tem tido “um ligeiro crescimento da população estrangeira”, contrariando aquela que tem sido a tendência do conjunto do país. Segundo este especialista em migrações, que está a trabalhar com a Câmara de Lisboa no desenvolvimento do Plano Municipal para a Integração dos Imigrantes, tem vindo a crescer o número de pessoas oriundas da China, Bangladesh, Nepal e Índia.