O que desvaloriza a TAP não é a greve mas sim a privatização, diz o Bloco

Catarina Martins coloca o ónus da desvalorização da empresa no Governo por insistir em privatizá-la.

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O presidente da IATA criticou a "instabilidade criada" com a suspensão da venda da TAP Raquel EsperanÇa

A porta-voz do partido diz esperar que o Governo não volte a usar a prerrogativa da requisição civil como fez em Dezembro passado. “[A requisição civil] não deve ser uma opção. Nós vivemos num Estado democrático e eu bem sei que o Governo tem uma sanha persecutória de quem trabalha neste país. Acha que é preciso continuar a baixar os custos do trabalho ou acha que o direito à greve deve acabar com requisições civis”, criticou Catarina Martins quando questionada pelos jornalistas no final de uma acção num mercado em Benfica (Lisboa).

“O processo de privatização da TAP é lesivo para o país e está mal conduzido desde o primeiro minuto”, defendeu a deputada. “Pode o Governo em final de mandato, de uma forma atribulada, estar a entregar a TAP em mãos estrangeiras num processo de privatização que é tão justamente contestado?”, questionou Catarina Martins, afirmando que “manda a sensatez” que o assunto não avance.

“Sejamos claros: o problema da greve na TAP não é um problema criado pelos trabalhadores da TAP. É um problema criado pelo Governo que quer privatizar a TAP. Portanto, o Governo não tem que por o ónus do problema que criou nos trabalhadores que estão a defender uma empresa que é de bandeira, que é a melhor empresa exportadora nacional”, argumentou ainda a porta-voz do Bloco.

Catarina Martins coloca o ónus de uma eventual perda de valor da empresa no Governo. “A TAP será lesada se for privatizada. O que vai lesar a TAP é, quando for vendida a uma capital que nem sequer é nacional – ou mesmo que seja, enfim… -, quando for vendida a privados, estes decidirem que em vez de terem Lisboa como aeroporto de referência, terem-no em Madrid ou noutro sítio qualquer. Isso sim, vai lesar a TAP e o país”, vincou.

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