Passageiros nos transportes voltam a crescer após três anos de queda
Metro lidera recuperação num sector que perdeu milhões de clientes com a crise. Só o transporte fluvial continua a perder tráfego.
O ritmo de recuperação pode ainda ser tímido, mas contrasta com a forte desaceleração a que se assistiu desde 2011. No ano anterior, o número de passageiros nos aviões, comboios, metro e barcos tinha crescido 2%, apesar de o transporte ferroviário já apresentar um recuo de 0,5%.
Mas a partir do ano em que o memorando de entendimento com a troika foi assinado, a procura caiu a pique. Logo em 2011, a descida foi de 1,2%, intensificando-se no ano seguinte, que terminou com uma variação negativa de 10,3%. Em 2013, o sector continuou a dar sinais de fragilidade, ao perder 5,7% dos passageiros.
Nestes três anos, e tendo em conta o tráfego total em 2010, as empresas do sector perderam mais de 72 milhões passageiros. E estes cálculos não incluem o transporte rodoviário, que o INE não analisa.
Ou seja, apesar de ligeiras, as subidas verificadas no ano passado significam uma inversão nesta tendência, que se terá ficado a dever essencialmente à redução da mobilidade fruto da escalada do desemprego, aos aumentos tarifários e a uma subida da fraude.
De acordo com os dados do INE, em 2014 o número de passageiros nos transportes aumentou globalmente 2,7%. Em termos percentuais, a aviação lidera, com uma subida de 9,4% na procura, mas esta actividade tem vindo sempre a crescer nos últimos anos, contrariando, aliás, as quedas no resto do sector.
Já no metro, o crescimento foi 2,6% para um total de 196,7 milhões de passageiros (mais 5,1 milhões do que em 2013). O segundo maior acréscimo coube aos comboios, onde o tráfego subiu 1,8% para 128,4 milhões de clientes. Apesar da melhoria ao longo do ano, o transporte fluvial voltou a registar um recuo em 2014, na ordem dos 0,8%, o que correspondeu à perda de 222 mil passageiros.