Energia, economia do mar e apoio à terceira idade na agenda de Passos no Japão

Tóquio é a capital de um país com o estatuto de observador associado à CPLP.

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Tóquio AFP PHOTO/ KAZUHIRO NOGI

No campo energético, os japoneses estão interessados na experiência e tecnologia portuguesas nos domínios das energias renováveis. Também do interesse nipónico é intensificar a cooperação económica na área do mar, pois o Japão é o primeiro consumidor mundial de peixe. Já os novos apoios à terceira idade são um interesse antigo do país do sol nascente que, há muito, procura locais no estrangeiro para residência dos seus idosos.

A comitiva que acompanha Passos Coelho integra o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, o titular da pasta do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, bem como o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, e o ministro da Economia, António Pires de Lima. Do programa, constam as assinaturas de memorandos entre a Universidade do Algarve, o IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] e as universidades de Kinki e Hokkaído nas áreas da aquacultura e de intercâmbio de estudantes. Do mesmo modo, o AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] firmará um memorando de cooperação com a sua congénere nipónica.

Esta visita do primeiro-ministro português é a retribuição da estadia, em Maio do ano passado, do chefe de Governo de Tóquio, Shinzo Abe, em Portugal, a primeira de um primeiro-ministro japonês a Portugal. Então, os temas da agenda do “premier” japonês já foram as energias renováveis, mais o desporto, tendo em vista os Jogos Olímpicos de 2020 marcados para Tóquio, e a promoção turística.

No ano passado, Portugal exportou para o Japão bens e serviços no valor de 124,9 milhões de euro, tendo as importações daquele país alcançado os 251 milhões. Entre os produtos portugueses consumidos pelos nipónicos a estrela é o tomate, preparado ou em conserva, no sector alimentar. Químicos, máquinas e aparelhos e calçado com sola de borracha estão entre as principais exportações.

 As importações nipónicas repousam, sobretudo, em veículos, máquinas e plásticos. Contas feitas ao comércio entre os dois países no ano passado, o Japão é o 35º cliente de Portugal e o 29º fornecedor. Em 2013, foram 761 as empresas portuguesas que exportaram para o mercado japonês.

No Japão, a 31 de Dezembro de 2014, a secção consular da embaixada de Portugal em Tóquio tinha registadas 365 inscrições. A comunidade lusa é constituída por emigrantes jovens e com elevado nível de instrução, macaenses com nacionalidade portuguesa e cidadãos brasileiros com dupla nacionalidade. Dos inscritos, a maioria são trabalhadores assalariados, seguidos de estudantes, professores e empresários. Há ainda cidadãos portugueses a trabalhar nas áreas das engenharias, arquitectura, medicina e investigação.

Do ponto de vista político/diplomático, a visita de três dias do primeiro-ministro Passos Coelho tem, ainda, uma outra vertente. O Japão tem o estatuto de observador associado na CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa].

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