“Tenho a certeza de que [Ronaldo] vai estar aqui com a mesma ambição, confiança, a querer ajudar a equipa e a ganhar. Não me preocupa nada”, garantiu o técnico português, nesta sexta-feira, na sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), onde anunciou os convocados para a partida com a Sérvia. E Fernando Santos aproveitou o momento para desejar a Cristiano Ronaldo um “grande jogo” para o próximo domingo no clássico com o Barcelona, em Camp Nou, para a Liga espanhola, que poderá ser decisivo nas contas do título.

Esta será também uma oportunidade para CR7 se reconciliar com os adeptos madridistas, que não o têm poupado nos últimos encontros, num arrufo que extravasa o plano desportivo. Frescas na memória estão ainda as imagens da festa do 30.º aniversário do jogador, no último dia 7 de Fevereiro, pouco depois do Real ter sido humilhantemente goleado no terreno do Atlético de Madrid, por 4-0.

Uma data que marca o início de um período menos fulgurante do madeirense e da sua equipa, que teve como principal consequência a perda da liderança do campeonato para o rival Barcelona. Nos sete jogos que se seguiram, o português marcou cinco golos, dois dos quais na derrota caseira frente ao Schalke (3-4), que seriam fundamentais para manter o Real na Liga dos Campeões. Mesmo assim, não escapou à ira dos adeptos que apuparam sonoramente a equipa em pleno Santiago Bernabéu. Ronaldo não gostou e demonstrou-o ainda em campo.

Uma atitude que voltou a não cair bem junto do universo merengue. Nesta quinta-feira, Carlos Santillana, antiga glória do Real Madrid, sintetizou aquilo que sentem muitos madridistas por estes dias: “Como adepto não gosto da atitude dele. É da sua personalidade, mas devia pensar melhor antes de ter certas atitudes porque isso não cai bem aos seguidores do Real Madrid (…) Deve moderar a sua atitude arrogante.”

Menor produtividade

Do ponto de vista meramente desportivo, existem também diferenças de produtividade em relação ao jogador que iniciou esta temporada. Nas primeiras 20 partidas da época, Ronaldo apontou 25 golos em todas as competições, totalizando 32 no final de 2014. Os números de 2015 são bem mais modestos, tal como os desempenhos do Real Madrid.

Já na selecção nacional não há razões de queixa das exibições do madeirense. Marcou dois golos nas três partidas de apuramento para o Europeu (frente à Dinamarca e Arménia) e cada um valeu três pontos para a qualificação. É este jogador determinante que Fernando Santos espera que volte a fazer a diferença na partida contra a Sérvia, que, em caso de vitória, colocará Portugal na liderança do Grupo I.

Em relação à última partida com a Arménia, o seleccionador promoveu cinco alterações na lista de convocados, com o guarda-redes Ventura (Belenenses), os defesas Eliseu (Benfica), Antunes (Dínamo de Kiev) e Fábio Coentrão (Real Madrid) a constituírem as novidades entre os 24 eleitos. De fora do encontro ficam Raphael Guerreiro (Lorient), Tiago Gomes (Sp. Braga), Adrien (Sporting) e Hélder Postiga (Deportivo).

O encontro com a Sérvia não contará com Fernando Santos no banco da equipa nacional, que aguarda ainda para saber a extensão da suspensão que lhe foi aplicada na sequência da expulsão de que foi alvo no Mundial do Brasil, quando ainda liderava a Grécia. O treinador soube nesta quinta-feira que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) adiou para segunda-feira a divulgação da decisão final sobre o recurso do castigo de oito jogos imposto pela FIFA.

Convocados

Guarda-redes: Rui Patrício, Ventura e Anthony Lopes

Defesas: Bruno Alves, Cédric, Eliseu, Coentrão, Bosingwa, José Fonte, Pepe, Ricardo Carvalho e Antunes

Médios: André Gomes, Moutinho, João Mário, Tiago e William Carvalho

Avançados: Vieirinha, Ronaldo, Danny, Éder, Hugo Almeida, Nani e Quaresma.