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Os terroristas dispararam contra "tudo o que mexia"

Há turistas de pelo menos oito nacionalidades entre os mortos. Muitos ainda não foram identificados.

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Entre os mortos há turistas de pelo menos oito nacionalidades AFP

As autoridades ainda estão a averiguar quem são e que nacionalidades têm as vítimas, mas muitas já foram identificados e o primeiro-ministro, Habib Essid, disse que há cidadãos de pelo menos oito países — Japão (três pessoas), Itália (quatro), França (um), Polónia (um), Espanha (dois), Austrália (um), Colômbia (dois) e Reino Unido (uma).

Dois turistas espanhóis que estavam dados como desaparecidos foram encontrados na manhã desta quinta-feira. O casal, que está à espera de um filho (a mulher esta grávida de quatro meses) escondeu-se dentro do museu e ali ficou toda a noite, por segurança. Com eles estava um guarda do museu que também estava dado como desaparecido.

No ataque morreram dois tunisinos, o condutor de um dos autocarros atacados — que levavam passageiros de navios de cruzeiro de visita ao museu, que tem um dos mais importantes espólios e mosaicos do mundo — e um polícia. Os dois atacantes também foram mortos, pela polícia.

Pelo menos 44 pessoas ficaram feridas, entre elas 13 italianos, sete franceses, quatro japoneses, dois sul-africanos, um polaco, um russo e seis tunisinos, disse o primeiro-ministro.

Citado pelo jornal The Guardian, Moncef Hamdoun, do hospital Charles Nicolle, que recebeu muitos dos feridos, disse que ali há sete mortos por identificar.

A empresa de cruzeiros MCM emitiu um comunicado a dizer que nove dos passageiros do seu navio Splendida foram mortos e que 12 ficaram feridos. Além disso, na manhã desta quinta-feira não sabiam do paradeiro de seis passageiros.

"Primeiro pensei que eram foguetes. Olhei pela porta [da camioneta] e vi os terroristas, eram três ou quatro, não me lembro bem", contou ao jornal El Mundo o presidente da Junta de Freguesia de Vallmoll, perto de Tarragona, que sobreviveu ao ataque e contou que os atiradores disparavam contra "tudo o que mexia". "Sai a correr, subi as escadas do museu Bardo, vi uma porta e refugiei-me com outros turistas. O terrorista estava a metros de nós. Passou-se tudo muito depressa. Os terroristas não paravam de disparar", disse.

A sua mulher também sobreviveu, depois de uma tunisina a ter agarrado pelo braço e arrastado, a correr, para um sótão do museu.

Um sobrevivente japonês, Noriko Yuki, de 35 anos, falou com a estação de televisão NHK a partir do hospital. "Agachei-me e cobri a cabeça com os braços, mas fui atingido numa orelha, na mão e no pescoço. A minha mãe foi atingida no pescoço e deixou de se conseguir mexer. Ficou ali até à chegada da polícia".

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