Madeira: CDS-PP insiste que não deve haver maioria absoluta na região
José Manuel Rodrigues defende "consensos, entendimentos e acordos" entre os diversos partidos, para que o executivo regional obtenha "força negocial" junto do Governo da República e da União Europeia.
"A situação é tão difícil na Madeira, que vai ser necessário entendimentos entre diversas forças políticas e, desse ponto de vista, as maiorias absolutas são prejudiciais em entendimentos com as forças da oposição", disse José Manuel Rodrigues, no adro da igreja de Santo António, a maior e mais populosa freguesia do concelho do Funchal, onde os candidatos distribuíram propaganda à saída da primeira missa.
"Maioria absoluta é igual a dívida absoluta, maioria absoluta é igual a austeridade absoluta, maioria absoluta é igual a corrupção absoluta", sublinhou o cabeça de lista do CDS-PP.
José Manuel Rodrigues considerou necessário a existência de "consensos, entendimentos e acordos" entre os diversos partidos, para que o executivo regional obtenha nos próximos anos "força negocial" junto do Governo da República e da União Europeia.
O candidato salientou, por outro lado, que, ao contrário dos adversários directos (o PSD e a coligação Mudança, constituída por PS, PTP, PAN e MTP), o CDS anda a prometer "aquilo que está a fazer" na Câmara Municipal de Santana, a única na região liderada pelo partido.
"Conseguimos [na autarquia de Santana], com grande rigor financeiro, reduzir a dívida para metade, e mesmo assim, cortando na despesa, conseguiu-se reduzir os impostos municipais, devolver o IRS aos munícipes de Santana, reduzir as taxas municipais, ter políticas de apoio às empresas e aos sectores produtivos e ainda políticas sociais activas de apoio ao incentivo à natalidade e também ao mérito para os estudantes no ensino superior e também aos mais idosos", realçou.
José Manuel Rodrigues alertou, ainda, para o facto de o PSD andar a prometer que "vai fazer tudo aquilo ao contrário do que fez nos últimos anos".
"Diz que vai reduzir os impostos e foi o partido que aumentou os impostos para os mais altos do país; diz que vai trazer outra vez as ligações marítimas com o continente e as Canárias, mas foi o partido que decidiu não isentar taxas à companhia Armas, que fazia esta ligação marítima; diz que vai criar emprego, mas é responsável pela maior subida de taxa de desemprego que a Madeira alguma vez teve na sua história", enumerou.
O cabeça de lista do CDS-PP criticou, também, o PS (e a coligação Mudança), afirmando que "anda a prometer aquilo que não está a executar nas câmaras municipais que ganhou nas últimas eleições autárquicas".
A escolha de uma igreja como ponto de partida para a campanha eleitoral é encarada pela candidatura do CDS-PP como "incontornável".
"É uma tradição os partidos políticos, desde os da direita, ao centro e os da esquerda fazerem sessões de esclarecimento, de virem à saída das igrejas distribuírem os seus manifestos eleitorais. Até porque, para além da cidade do Funchal, noutros concelhos é extremamente difícil de encontrar um aglomerado significativo de pessoas e só é possível à saída das missas dominicais", disse José Manuel Rodrigues.
O CDS-PP é uma das onze forças políticas (oito partidos e três coligações) que concorrem às eleições regionais antecipadas de 29 de Março na Madeira.