Protesto contra privatização da TAP fez-se por escrito na Alameda, Lisboa
Iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos e do movimento contra a privatização “Não TAP os Olhos”
Para assinalar os 70 anos da companhia aérea os presentes cantaram os parabéns enquanto se posicionaram no relvado da Alameda D. Afonso Henriques de maneira a formar a frase “TAP 70 Anos, Parabéns”. Mas também gritaram estar contra a prevista privatização.
A iniciativa foi do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e do movimento contra a privatização “Não TAP os Olhos” e teve ainda o apoio do secretário-geral da central sindical CGTP, Arménio Carlos.
Que foi dizer que privatizar a TAP é das piores decisões com que o país se pode confrontar e põe em causa o interesse e a estratégia nacional.
Também neste domingo, o secretário de Estado dos Transportes defendeu que só através da privatização entrará o capital necessário para tornar a TAP mais competitiva e moderna, dizendo ainda que a empresa é e será sempre uma companhia de bandeira nacional.
“A TAP é sustentável e toda a gente sabe que o é”, respondeu a essas palavras o cineasta António Pedro Vasconcelos, que tem estado na frente do movimento contra a paralisação e que hoje também participou no protesto da Alameda.
Sobre este assunto, afirmou, “os portugueses têm estado um pouco anestesiados” embora já tenham percebido “o perigo” que constitui a privatização da empresa que o Governo quer fazer nos próximos meses.
A TAP, admitiu, tem alguns problemas, em relação aos quais “o Estado se demite”, mas é sustentável, como a própria administração diz. “Nós não vamos parar porque sabemos que está em causa uma coisa gravíssima, a alienação da última jóia da coroa”, prometeu.
Também contra a “venda a pataco” do país esteve o socialista Manuel Alegre, para quem privatizar a TAP não só é um erro estratégico como “um crime contra o país”. No caso de o PS vencer as próximas eleições que tenha “poder e vontade” para reverter a questão, que é “de vontade política”.
Também de vontade política e de “opção ideológica” falou Arménio Carlos, acusando o Governo de querer vender “de qualquer maneira”, sem nada ter aprendido com anteriores privatizações. “Quem delapida o património público está a por em causa os interesses dos portugueses” e o Governo o que quer é “não deixar pedra sobre pedra” no sector empresarial do Estado, acusou.
E sim, disse, é ainda possível parar o processo, assim os portugueses o contestem. Na Alameda foi mais uma dessas contestações, com poucos cartazes mas muitas camisolas, a pedir para que não se tape os olhos, a pedir um referendo.