BCE reforça em 600 milhões a linha de emergência aos bancos gregos
Limite da linha de assistência de liquidez próximo dos 70 mil milhões de euros.
Apesar da resistência de alguns membros do conselho de governadores, o montante da linha de emergência autorizado pelo BCE subiu agora para 69.400 milhões de euros, segundo estimativas da agência Reuters.
Desde 11 de Fevereiro que o BCE deixou de aceitar dívida pública grega como colateral (garantia) dos empréstimos concedidos em condições normais aos bancos – impedindo que as instituições financeiras com grandes quantidades de dívida helénica tivessem activos elegíveis para os empréstimos.
É neste cenário que os bancos sem garantias suficientes para apresentar junto do BCE podem ir à assistência de liquidez (ELA, na sigla em inglês) para receber empréstimos de emergência (concedidos pelo Banco da Grécia, um dos 19 bancos centrais que pertencem ao Eurosistema).
O BCE começou por abrir uma linha no valor de 60 mil milhões de euros, limite que tem revisto em alta desde então. Uma das razões que, segundo os analistas, terão levado o conselho de governadores liderado por Mario Draghi a subir o tecto da ELA terá sido a diminuição dos depósitos durante as negociações entre o Governo grego e os parceiros europeus.
Agora, com a extensão do empréstimo da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, o nível dos depósitos nos bancos gregos terá estabilizado nas últimas duas semanas, garantiu à Reuters uma fonte do BCE.
Para o BCE dar este aval, teve de avaliar a solvabilidade dos bancos gregos e de ponderar o risco do banco grego em emprestar dinheiro através da ELA. A decisão, porém, levanta reservas no interior do conselho de governadores. O presidente do banco central alemão (Bundesbank), Jens Weidmann, veio levantar algumas dúvidas nesta quinta-feira sobre a sustentabilidade de manter os bancos gregos apoiados pela linha de assistência de emergência.
“Os bancos que utilizam empréstimos de emergência deveriam fazer tudo para melhorar a sua situação de liquidez”, mas “com as compras de dívida do Tesouro, para as quais não há mercado, o que se passa é exactamente o contrário”, afirmou Weidmann, citado pela AFP.
O Eurogrupo tem pressionado Atenas para que o executivo de Alexis Tsipras dê gás à lista de medidas com que se comprometeu com os parceiros, de forma obter ganhos de receita e a controlar a despesa. E do lado do BCE a pressão também tem vindo a subir. O governador do banco central da Holanda, Klaas Knot, considerou igualmente que arrastar um compromisso “em nada contribui” para a recuperação da confiança dos parceiros europeus.