Em ano de conjuntura difícil e forte concorrência no sector da distribuição, a Sonae, dona do PÚBLICO, registou uma evolução positiva nos principais indicadores, incluindo o resultado líquido directo, que cresceu 4,4%, para 127 milhões de euros, e o resultado atribuível aos accionistas, que cresceu 11,2%, passando de 129 milhões para 144 milhões de euros.

A melhoria de resultados vai ser sentida pelos accionistas, dado que o Conselho de Administração vai propor o pagamento de um dividendo ilíquido de 0,0365 euros por acção, um montante 5% superior ao do ano anterior.

O comunicado dos resultados, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), revela um EBITDA total de 417 milhões de euros,

No retalho alimentar, o volume de negócios da Sonae MC ascendeu a 3461 milhões de euros, aumentando 1,3% ou 45 milhões de euros face a 2013 e com o portefólio de produtos da marca própria Continente a representar cerca de 30% do volume de negócios nas categorias de bens de grande consumo (FMCG).

No retalho especializado, o volume de negócios da Sonae SR alcançou os 1290 milhões de euros, um aumento de 6,6% quando comparado com o valor de 2013, correspondendo a um crescimento do volume de negócios de 6,1% em Portugal e 7,8% internacionalmente.

Para o crescimento daquele segmento contribuíram novos conceitos de loja nos quatro negócios, optimização do parque de lojas, reforço da internacionalização através de uma abordagem capital light suportada por acordos de franquia e melhoria de experiência no omnicanal, já em vigor na Worten. “Neste cenário, a Worten reforçou a sua posição no mercado de electrónica, ganhando quota de mercado na Ibéria; a Zippy continuou a expandir a sua presença internacional, encerrando 2014 com 47 lojas em regime de franquia em 17 países diferentes; e as vendas online consolidadas cresceram 78% em termos homólogos, suportadas pelas novas plataformas de e-commerce da Worten, Sport Zone e Zippy”, refere o comunicado enviado à CMVM.

A 31 de Dezembro de 2014, o endividamento total líquido totalizou 1251 milhões de euros. Excluindo o pagamento das acções da Sonaecom adquiridas pela Sonae à FT, o endividamento total líquido teria diminuído 73 milhões de euros, “mantendo a tendência decrescente verificada ao longo dos últimos trimestres”, refere a informação enviada à CMVM.

O investimento das unidades de retalho da Sonae (Sonae MC, Sonae SR e Sonae RP) aumentou18,3%, atingindo os 194 milhões de euros.

A Sonae destaca ainda que os descontos em cartão e talão proporcionados pelas suas insígnias de retalho permitiram poupanças efectivas de 399 milhões de euros aos clientes, num esforço que contribuiu para o elevado grau de fidelização dos clientes e para o sucesso dos cartões disponibilizados. O número de famílias que utilizaram os cartões Continente e Sport Zone superou os 4,5 milhões, tendo mais de 90% das compras no Continente sido realizadas com cartão.

Outro elemento destacado prende-se com o aumento das compras a produtores nacionais, que aumentaram 5,4% na área dos artigos perecíveis, num total de 634 milhões de euros, o que representou 76,1% do total, mais 0,3 pontos percentuais do que em 2013. O Clube de Produtores Continente aumentou em 13,4% as quantidades adquiridas.

O apoio à comunidade abrangeu 2105 instituições em todo o país, mais 46 do que no ano anterior, num total de 9,8 milhões de euros.

Esta quinta-feira a Sonae realiza uma conferência de imprensa para detalhar os resultados do último exercício e apresentar a estratégia para o ano em curso.

Esta semana, a Efanor, holding pessoal do empresário Belmiro de Azevedo, anunciou alterações profundas nos órgãos sociais de topo, a aprovar em assembleia geral.

Belmiro de Azevedo, até agora chairman dos três ramos de negócio – Sonae SGPS, Sonae Indústria e Sonae Capital – não se recandidata aos cargos, propondo o nome de Paulo Azevedo, seu filho, para essas funções. Paulo Azevedo e Ângelo Paupério assumirão a presidência da comissão executiva da Sonae SGPS. A restante composição dos órgãos sociais deverá ser divulgada esta quinta-feira.