Maria José Morgado é testemunha em queixa contra ministra da Justiça
Técnicos sobre os quais foram levantadas suspeitas de sabotagem da plataforma informática dos tribunais processaram Paula Teixeira da Cruz.
Hugo Tavares e Paulo Queirós tiveram de cessar funções no Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça depois de a plataforma informática Citius ter crashado, paralisando os tribunais de primeira instância quase por completo durante mês e meio, entre Setembro passado e Novembro. Após terem sido ilibados, pelo Ministério Público, das suspeitas de sabotagem informática que recaíram sobre eles, os dois funcionários apresentaram queixa contra a governante, por denúncia caluniosa.
Foi Paula Teixeira da Cruz quem informou a Procuradoria-Geral da República que os problemas do Citius se poderiam ter ficado a dever a sabotagem informática. A investigação do caso foi rapidamente concluída e arquivada, sem que tivesse sido deduzida qualquer acusação contra Hugo Tavares e Paulo Queirós. Os dois técnicos foram afastados do Instituto de Gestão Financeira e regressaram aos seus anteriores postos de trabalho, na Polícia Judiciária.
A queixa dos dois informáticos deu entrada no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa. Mas como este organismo é dirigido por Maria José Morgado, que indicaram como testemunha, a procuradora-geral distrital de Lisboa decidir remeter o inquérito para a comarca de Lisboa Norte, por ser a que tem sede mais próxima. Segundo explicações da Procuradoria-Geral da República, foi a própria Maria José Morgado quem suscitou a questão do seu impedimento: "Estes factos levaram a directora do DIAP de Lisboa a suscitar, perante a procuradora-geral distrital de Lisboa um pedido de escusa e impedimento, propondo a redistribuição do processo ao Ministério Público da comarca mais próxima”.