Declarações do PS mostram que só pensa em eleições, acusa Poiares Maduro
Ministro da Defesa também defendeu Passos Coelho e atacou António Costa, acusando-o de utilizar as notícias sobre o primeiro-ministro para "se afirmar internamente num partido dividido".
Questionado pelos jornalistas no final da cerimónia de assinatura do contrato de concessão de serviço público de rádio e televisão com a RTP, Miguel Poiares Maduro respondeu que “as declarações do líder do PS e de responsáveis socialistas e as contradições nas palavras e nos actos dos responsáveis do PS ao longo das últimas semanas são em boa parte reflexo de só
Recusando mais análises às acusações de António Costa, o ministro-adjunto preferiu fazer o elogio do chefe do Governo. Curiosamente, fê-lo em Lisboa à mesma hora a que Pedro Passos Coelho se explicava em directo, pelas televisões, numa conferência de imprensa anunciada pouco antes, mas a 430 quilómetros de distância, em Mirandela.
“Quanto ao primeiro-ministro, só posso dizer que tenho um grande orgulho em estar num Governo que é liderado por este primeiro-ministro, que eu sei que os portugueses reconhecem ser um político como provavelmente teremos tido muito poucos na história de Portugal em termos de honestidade e integridade moral”, enalteceu Poiares Maduro.
“Nada das discussões ou do que ouvi e li a respeito do primeiro-ministro nas últimas semanas altera essa circunstância”, fez questão de acrescentar.
A necessidade de afirmação de Costa
Poiares Maduro foi o segundo ministro a sair esta sexta-feira em defesa do chefe do Executivo. De manhã, também o ministro da Defesa acusou o secretário-geral do Partido Socialista (PS) de utilizar as notícias sobre a carreira contributiva do primeiro-ministro para "se afirmar internamente num partido dividido". José Pedro Aguiar-Branco respondia assim ao líder do PS, que afirmara que o primeiro-ministro tem "usado e abusado da imunidade política" que "o senhor Presidente da República lhe ofereceu".
"O doutor António Costa vem falar agora, porque na dificuldade que já tem demonstrado de poder afirmar-se na dimensão externa, junta-se agora na sua dificuldade de afirmação interna, perante as várias facções que constituem o Partido Socialista", disse Aguiar-Branco, em Lagos, à margem da conferência “Economia na Defesa: Uma Oportunidade Estratégica para Portugal”.
Para o ministro da Defesa, o secretário-geral do PS "tem a necessidade de falar, mais para responder a essa coligação interna, do que realmente em relação a um problema". Na opinião do governante, "o doutor António Costa, encontrou aqui uma expressão para querer ilustrar uma situação que só vale em termos de dimensão interna do seu partido", acrescentando não compreender "a posição, porque a vida do senhor primeiro-ministro é escrutinada há mais de três décadas".
"Não é de ontem nem de hoje. Quando ao fim desse tempo todo se detecta uma situação de uma dívida já prescrita, que é regularizada, vemos a desproporção que é um escrutínio de 30 anos com aquele que pretende colocar hoje na ordem do dia", sublinhou.
Na opinião do ministro, as declarações do líder socialista, "visam desviar do que são os sinais positivos da economia portuguesa, do trabalho que o Governo (...) conseguiu nestes três anos, quer ao recolocar Portugal na rota do crescimento, quer na diminuição do desemprego, na afirmação de um país credível com taxas de juro mais baixas". "Estamos numa lógica em que essas matérias visam seguramente querer desviar a atenção do essencial", concluiu.
Anteriormente, em declarações aos jornalistas à margem de um encontro sobre economia da Defesa, em Loulé, Aguiar-Branco tinha afirmado a propósito da polémica acerca da carreira contributiva do primeiro-ministro que "os portugueses sabem distinguir o que é acessório do que é principal e sabem também distinguir quando se colocam temas sistematicamente na agenda mediática para com isso fazer esquecer os verdadeiros problemas com que o país se defronta e com a acção positiva que está a acontecer".