Para já ficou a saber-se que Taxi, assim se chama o filme, recebeu nesta sexta-feira o prémio da Federação Internacional de Críticos de Cinema, o que pode ser um bom indicador.

Entre os 19 filmes em competição, as mais recentes obras de realizadores cotados como o alemão Werner Herzog, o francês Benoît Jacquot ou o americano Terrence Malick, não parecem recolher a preferência dos críticos, segundo a agência AFP.

O cineasta iraniano Jafar Panahi, que conseguiu completar três filmes apesar de estar proibido de o fazer pelas autoridades iranianas, misturou documentário e ficção em Taxi, suscitando o entusiasmo num festival conhecido por ser sensível aos temas políticos.

No filme Panahi conduz um táxi em Teerão, mantendo conversas com as pessoas à medida que as transporta, criando um mosaico da sociedade iraniana. É esta longa-metragem que poderá seduzir o júri presidido pelo cineasta americano Darren Aronofsky.

Quem também parece ser um dos candidatos ao palmarés do festival  é 45 Years, terceiro filme do inglês Andrew Haigh, sete dias na vida de um casal  (Charlotte Rampling e Tom Courtenay) filmadas com muito subtileza e generosidade, dizem as críticas.

O cinema latino-americano também está bem posicionado com El Botón de Nacar do chileno Patricio Guzman, continuação de uma trilogia documental sobre a história do Chile iniciada com Nostalgia de la Luz, revelado no DocLisboa de 2010. 

Um outro filme chileno em competição, El Club, de Pablo Larrain, que se debruça sobre os traumatismos do Chile através do estudo de uma comunidade religiosa abalada por um escândalo, fez também bastantes adeptos.

O primeiro filme do realizador guatemalteco Jayro Bustamante, de 37 anos, intitulado Ixcanul, também foi calorosamente aplaudido durante a projecção. Trata-se da história de uma jovem Maia que sonha em emigrar para os EUA.

Uma outra primeira-obra, Vergine Guirata, da italiana Laura Bispuri, criou também surpresa, sendo citado como uma possibilidade para vencer o prémio de interpretação feminino, pela sua actriz principal, Alba Rohrwacher, no papel de uma albanesa que decide viver como um homem para escapar ao seu destino de esposa submissa.

O favorito para ganhar o prémio de interpretação masculino é o actor finlandês Elmer Back, que seduziu pela composição no filme de Peter Greenaway, Eisenstein in Guanajuato.