Netflix vai entrar em Cuba
Empresa americana aproveita redução das restrições, mas haverá poucos clientes potenciais na ilha.
Para poder subscrever ao Netflix, os cubanos necessitarão de uma conexão Internet e de “acesso aos métodos de pagamento internacionais”. O preço varia entre 7,99 a 11,9 dólares por mês, o mesmo preço que é facturado aos clientes americanos.
Num país onde o salário médio ainda é de cerca de 20 dólares por mês, o acesso real da população cubana aos filmes e programas de televisão que o Netflix disponibiliza deverá ser limitado. Para além disso, segundo a União Internacional de Telecomunicações, apenas 3,4% dos domicílios na ilha dispõem de conexões à Internet, e poucos terão uma banda larga suficientemente rápida para poder aceder aos streams. E todas as conexões são estritamente reguladas pelo Estado.
Uma porta-voz da empresa garantiu que o grupo “não trabalha com o Governo cubano”. Declarou ainda assim à AFP: “A nossa chegada a este mercado é um sinal da nossa confiança nas reformas em curso em Cuba.”
A normalização das relações entre Cuba e os Estados Unidos, anunciada por Barack Obama e Raúl Castro a 17 de Dezembro do ano passado, já permitiu a redução das restrições às exportações para Cuba no sector das telecomunicações, o que permite à Netflix antecipar “investimentos rápidos lá, incluindo para melhorar as infra-estruturas”.
A MasterCard e American Express também já fizeram saber que pretendem que os seus cartões de crédito americanos comecem a funcionar em Cuba brevemente.
Com a disponibilização do seu serviço em Cuba, o Netflix passa a chegar a todos os países do continente americano. Também já está presente em vários países europeus, e pretende instalar-se no Japão ainda este ano. Ainda não há data de lançamento prevista em Portugal, mas a empresa afirma querer expandir-se para 200 países nos próximos dois anos.