Concerto de protesto em frente ao Ministério da Educação
Alunos e professores do ensino artístico concentrados em Lisboa por causa de salários em atraso.
Os professores das escolas de ensino artístico, vindos de vários pontos do país, montaram um palco improvisado com vários instrumentos musicais, ao qual já subiram uma aluna pianista e uma professora do Conservatório Nacional, que cantou música lírica.
“Vamos ter vários momentos musicais até ao meio-dia, quando haverá intervenções de alguns elementos. Pouco depois será a vez do maestro Vitorino de Almeida dirigir um momento musical”, contou Rui Paiva, professor e um dos elementos do movimento reivindicativo do ensino artístico.
A manifestação terminará pouco antes das 13h, com o coro Lopes Graça a interpretar a música “Acordai”, acrescentou.
Os manifestantes exigem o pagamento das verbas devidas desde Setembro às escolas do ensino artístico que garantem o ensino da música e da dança nas escolas públicas (ensino articulado).
Professores e directores de escola dizem que os atrasos nos pagamentos já eram uma prática habitual, mas queixam-se de que este ano a situação se agravou, uma vez que os contratos celebrados com estas escolas particulares e cooperativas foram enviadas só em Dezembro, pela tutela, para o Tribunal de Contas, havendo ainda processos que não estão concluídos.
Além das escolas que aguardam pelas verbas do Ministério da Educação, existem ainda outros estabelecimentos de ensino que recebem financiamento através do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), que também está com atrasos.
Entre os manifestantes, alguns transportam instrumentos musicais, enquanto outros optaram pelo tradicional cartaz, com expressões como “a arte vai até Marte” e “um país sem artistas é um país de curtas vistas”.
Segundo Rui Paiva, está prevista a presença de professores, alunos, pais e encarregados de educação de Ponte de Lima, Figueira da Foz, Viseu, Tomar, Setúbal, Almada, Caldas da Rainha e Ourém.
O ensino artístico especializado envolve 110 escolas particulares e cooperativas, com cerca de 24 mil alunos e 3500 professores, sublinhou o responsável, lembrando que já foram suspensas aulas em várias escolas.