Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira querem requalificar frente ribeirinha
As três autarquias pretendem apresentar uma candidatura conjunta a fundos comunitários.
“Estamos a conversar com Loures e Vila Franca para conectar a nossa zona ribeirinha até à zona ribeirinha deles”, disse à agência Lusa o vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado (PS).
Salientando que o processo “está numa fase muito inicial”, o autarca lembrou que, da parte de Lisboa, “o Parque das Nações está todo requalificado até à foz do Trancão”.
“Para norte do Trancão, que é já concelho de Loures e depois concelho de Vila Franca, é que se havia de intervir”, acrescentou.
Em Lisboa, a frente ribeirinha tem cerca de 18 quilómetros, num circuito que vai desde Belém ao Parque das Nações, e a autarquia da capital junta-se assim aos municípios de Loures e de Vila Franca de Xira, que mantinham já há alguns meses conversações no sentido de apresentarem uma candidatura conjunta a fundos comunitários.
Em declarações à agência Lusa, o vereador da Câmara de Loures com o pelouro do Desenvolvimento Económico, António Pombinho (CDU), explicou que no novo quadro comunitário de apoio [Portugal 20/20] uma candidatura intermunicipal terá mais possibilidade de ser aceite.
“É nosso objectivo apresentar um projecto que seja candidatável e pensamos que desta forma teremos mais hipóteses”, sublinhou o autarca.
António Pombinho explicou que o objectivo dos três municípios é “criar ainda mais espaços de fruição” junto ao Tejo, tirando desta forma “o maior partido das potencialidades da zona ribeirinha”.
“Queremos que nessa frente ribeirinha, que une os três concelhos, possam existir zonas de espaço público com actividade de lazer, permitindo que as pessoas tenham acesso à área do rio”, apontou.
O autarca de Loures perspectiva que o projecto das três câmaras possa estar “desenhado até ao início do Verão”, mas não consegue estimar ainda qual será a verba necessária para concretizar a reabilitação da frente ribeirinha.
No caso do concelho de Loures, a frente ribeirinha, que ainda não conta com qualquer passeio marítimo, tem cerca de dez quilómetros, que ligam as localidades de Sacavém e Santa Iria de Azóia.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), referiu apenas que aquilo que o seu município pretende é que seja construído “um caminho ribeirinho, pedonal e ciclável, que estabeleça a ligação sul do concelho com o Parque das Nações (Lisboa), atravessando o concelho de Loures ao longo do IC2”.
No concelho de Vila Franca de Xira, já existe um passeio ribeirinho, de 12 quilómetros, entre as freguesias de Póvoa de Santa Iria e de Alverca e outro entre Alhandra e Vila Franca, que representaram um investimento da autarquia de 15 milhões de euros.
Contactada pela agência Lusa, a presidente da Associação de Defesa do Ambiente de Loures (ADAL), Paula Lopes, congratulou-se com a intenção dos três municípios de requalificar a zona ribeirinha do Tejo.
“Acompanhamos esta candidatura com muito interesse. Estamos a falar de um território que está muito desqualificado e em que se percebe que as zonas estão desperdiçadas”, apontou a ambientalista.
A presidente da ADAL defendeu a necessidade de se eliminarem todas as barreiras existentes e permitir que sejam criados espaços de fruição, de observação de aves e de passeio.
“Basicamente, aquilo que temos defendido há muitos anos é a aproximação dos cidadãos ao seu rio. Brevemente, iremos pedir mais informações sobre o projecto”, afirmou.