Cristina Vaz Tomé é o terceiro elemento da nova administração da RTP
Completa administração do canal público.
António Feijó falava no programa "Grande Entrevista" da RTP-Informação.
"O terceiro membro do Conselho de Administração [da RTP]", com a responsabilidade de gestão financeira da empresa, "tem de ter um parecer prévio e vinculativo do Ministério das Finanças", recordou o presidente do CGI, órgão supervisor da administração da empresa que está em funções desde Setembro do ano passado.
Este parecer "é prévio e vinculativo", sublinhou, avançando que hoje o CGI recebeu indicação de que o Ministério das Finanças "não tinha objecção" relativamente ao nome proposto.
"A engenheira Cristina Vaz Tomé é uma gestora", disse, com uma carreira na KPMG, no Instituto de Investigação Científica Tropical enquanto vice-presidente durante alguns anos e mais recentemente teve funções num fundo estrutural europeu.
António Feijó reiterou que o CGI gostaria que a nova administração entrasse em funções "o mais rápido possível", para que seja possível dar estabilidade à empresa.
Os outros dois membros do futuro Conselho de Administração (CA) são Gonçalo Reis, que já foi administrador da RTP no tempo da presidência de Almerindo Marques, que será presidente do órgão, e Nuno Artur Silva, administrador da empresa Produções Fictícias, como vogal.
António Feijó destacou que Gonçalo Reis tem uma "capacidade inegável de gestão", lembrando que esteve na administração da RTP durante cinco anos, conhecendo por isso a empresa.
Em relação a Nuno Artur Silva, o futuro administrador da RTP "já fez saber que abandonava o Eixo do Mal [programa da SIC Notícias], a sua posição de 'publisher' do Inimigo Público e abandonava a administração das Produções Fictícias", adiantou.
Ou seja, "ele sai das funções que tem e as Produções Fictícias não terão qualquer contacto comercial com a RTP durante o mandato" de Nuno Artur Silva enquanto administrador da empresa, explicou o presidente do CGI.
Questionado se essa foi uma exigência do CGI, António Feijó disse que "foi uma opção pessoal", acrescentando que por razões de conflitos de interesse, se tal não tivesse acontecido, o órgão supervisor teria feito essa imposição.
António Feijó garantiu que "não houve a mínima interferência do Governo, do ministro" na escolha dos nomes, assumindo que os novos gestores são da única responsabilidade do CGI.
O Governo anunciou hoje que o CA liderado por Alberto da Ponte apresentou renúncia do cargo, tendo elogiado a "boa gestão" dos seus membros durante o mandato.
António Feijó acrescentou que "já é possível fazer a indigitação formal da nova administração" já a partir de quinta-feira, mas explicou que não podia dar um prazo de quando esta assume funções porque há procedimentos que não dependem do CGI.