Davos: Sindicatos pedem nova Magna Carta para travar desemprego

Políticos e empresários estão sentados num “vulcão de descontentamento legítimo", alertam centrais sindicais.

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Líderes mundiais estão reunidos em Davos e os sindicatos também marcam presença FABRICE COFFRINI/AFP

Desde o início da semana que têm sido divulgados relatórios sobre a distribuição da riqueza no mundo — e que evidenciam a distância cada vez maior entre os ricos e a restante população — e, nesta quarta-feira, a UNI Global Union, com mais 20 milhões de membros em todo o mundo, pegou nos números para reforçar a ideia de que os políticos e os empresários em Davos estão “sentados num vulcão de descontentamento legítimo, alimentado pelo desemprego, a desigualdade e a austeridade”. “Juntos temos a responsabilidade de mudar”, defendeu Philip Jennings, secretário-geral da UNI Global Union.

Davos vai assinalar os 800 anos da Magna Carta, documento de referência assinado pelo Rei João de Inglaterra em 1215 onde se reconhecem pela primeira vez as liberdades e direitos dos “homens livres”. Para Philip Jennings, é preciso voltar a lembrar que “a democracia foi difícil de conquistar”.

“Não devemos deixá-la escapar ao continuar neste caminho de desigualdade em benefício de uma mão cheia de bilionários. Precisamos de uma Magna Carta nova”, inclusiva, para “responder à urgência dos nossos tempos, uma Magna Carta para a igualdade, o emprego e o crescimento sustentável. Nós, as pessoas, falámos e Davos deve ouvir e agir”, declarou.

A Confederação Sindical Internacional (International Trade Unions Confederation, ou ITUC) também pede mudanças. “O actual modelo de negócio é mau para as pessoas, mau para a economia e mau para a estabilidade e a democracia”, disse Sharan Burrow, secretária-geral da ITUC. A confederação divulgou um estudo recente realizado em 14 países onde se conclui que apenas 50% dos inquiridos acreditam que vão conseguir encontrar um emprego “decente”.

“Os trabalhadores e as suas famílias precisam de um novo modelo de negócio que coloque um fim à desintegração das democracias e das economias. O mundo precisa de investimento e de empregos”, defendeu.

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