Feira quer levar os jovens a sério e vai eleger o mais novo autarca do país
Terá entre 13 e 17 anos, um ano de mandato, e pelo menos 10 mil euros para concretizar ideias.
A apresentação das candidaturas decorre até 23 de Janeiro, segue-se a campanha eleitoral com respectiva divulgação dos manifestos e do material de propaganda, e a incontornável participação em debates. Até 24 de Fevereiro, as mensagens têm de estar cá fora porque três dias depois haverá urnas de voto em todas as escolas para o momento da votação. A 4 de Março, o eleito presidente de câmara mais jovem do país terá a sua primeira reunião de trabalho para perceber como vai cumprir as suas promessas. Terá uma base de 10 mil euros para gerir, que poderá aumentar se a proposta a concretizar o justificar - depois de analisada pelo poder local -, e terá encontros com o presidente da câmara feirense.
O processo é semelhante ao das eleições autárquicas. Os jovens eleitores, dos 11 aos 17 anos, têm de se recensear nas escolas do município ou na União de Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins, e Espargo ou na Junta de Freguesia de Lourosa, para colocar a cruz num candidato.
Depois das eleições, o presidente da Câmara da Feira, Emídio Sousa, estará disponível para eventualmente tirar dúvidas ou dar conselhos ao jovem autarca. “Com este projecto, os jovens poderão definir uma prioridade que será concretizada e perceberão que não se consegue fazer tudo, entenderão as dificuldades de concretizar um projecto”, explica. A participação dos mais novos na vida da comunidade é uma das vertentes que o autarca sublinha neste projecto que irá apresentar no próximo sábado, pelas dez da manhã, na biblioteca municipal – com as presenças do deputado do PSD e presidente da Assembleia Municipal da Feira Amadeu Albergaria e do director regional do Centro do Instituto Português do Desporto e Juventude José Cardoso.
Emídio Sousa realça a costela de cidadania deste processo que é também uma caminhada. “É necessário que os nossos jovens desenvolvam um sentido de identidade, de estar na política - não com aquela carga negativa tantas vezes associada à política –, para que percebam o que é estar ao serviço da comunidade, como se podem resolver problemas e a forma de tratar alguns assuntos”. “Para que percebam que a política é uma actividade nobre”, acrescenta.
O projecto anda a ser apresentados nas escolas do 2.º e 3.º ciclos e secundárias. Segundo a vereadora da Educação e Juventude, Cristina Tenreiro, a receptividade tem sido boa, mesmo depois de explicados todos os passos e condimentos do processo. “Escutamos os jovens dizer que ninguém os ouve, que ninguém os leva a sério. Neste projecto, perceberão que não é fácil ter de dar a cara, terão a noção de que há uma responsabilidade muito grande”, adianta. Mas também a satisfação e orgulho de passar da teoria à prática em nome do bem-estar da sua comunidade. “A mais-valia deste projecto é que podem concretizar ideias e propostas”, sustenta Cristina Tenreiro.