Cavaco "confia pouco" na capacidade do PS de construir uma maioria absoluta, diz António Costa
António Costa falava aos jornalistas após ter estado reunido cerca de 50 minutos com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Henriques Gaspar, audiência em que esteve acompanhado pelo líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues.
No final da audiência, António Costa foi confrontado com a insistência do Presidente da República sobre a necessidade de 2015, argumentando que o país deve habituar-se ao compromisso e às negociações demoradas que as coligações implicam.
António Costa rejeitou esta tese defendida pelo chefe de Estado: "Creio que o senhor Presidente da República confia pouco na capacidade do PS de construir uma maioria absoluta que poupará ao país a essas incertezas", respondeu.
Sobre o teor da intervenção proferida por Cavaco Silva, na quarta-feira, no Palácio de Belém, perante os embaixadores portugueses, o secretário-geral socialista advogou que "os portugueses terão a presciência de compreender que a melhor forma de evitar uma situação pantanosa, ou o condicionamento do seu voto pela interpretação do senhor Presidente da República, é precisamente darem uma maioria absoluta ao PS".
"É para isso que nos estamos a bater, por forma a que possam ser os portugueses a determinar quem os governa - e isso não resultar nem de jogos partidários, nem da escolha do senhor Presidente da República", acrescentou António Costa.
Liberdade de expressão para comentar justiça
O secretário-geral do PS traçou também uma linha de separação entre a posição institucional do seu partido sobre o funcionamento da justiça e as opiniões sobre este mesmo sector de socialistas como Mário Soares e Vera Jardim.
"Uma coisa é a liberdade com que cada um se exprime, outra coisa é a posição institucional do PS relativamente à posição de casos judiciais em concreto", declarou António Costa aos jornalistas, após ter estado reunido 50 minutos com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Henriques Gaspar.
Tendo ao seu lado o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, António Costa foi confrontado com as críticas feitas pelo antigo Presidente da República Mário Soares e pelo ex-ministro da Justiça Vera Jardim sobre o funcionamento da justiça em Portugal, na sequência da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro José Sócrates.
Mas António Costa reiterou a posição institucional do PS sobre casos judiciais em concreto, separando-a das opiniões individuais.
"Felizmente, no país, gozamos de liberdade de expressão. Creio que está definida qual é a posição" institucional do PS, referiu o líder socialista.
Título corrigido às 14h03 É Cavaco e não Sampaio