O triângulo da morte na América Latina

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Detenção de membros de um gangue em Tegucigalpa, nas Honduras AFP

O último relatório do gabinete das Nações Unidas para as Drogas e Crimes, compilado para 2013-14 (mas cujos dados são referentes ao ano de 2012), colocava cinco países da América Central e do Sul no topo da lista das nações com a mais elevada taxa de homicídio do mundo, que mede o número de mortes por cada cem mil habitantes. À cabeça, as Honduras, com uma taxa de 90,4 homicídios por cem mil habitantes; depois vem a Venezuela, com 53,7; o Belize com 44,7; El Salvador tem 41,2 e a Colômbia 30,8 assassínios por cem mil habitantes.

Os dados avulsos mais recentes que existem sobre estes países sugerem uma mudança de posição na lista, com o índice de mortes violentas em El Salvador a disparar. Também as projecções apresentadas no final de 2014 pelo Observatório Venezuelano para a Violência, uma organização não-governamental que estuda o fenómeno, sugerem uma maior gravidade da situação no país: segundo os cálculos, verificaram-se 24.980 homicídios em 2014, uma média de 68 por dia, o que atira a taxa para 82 mortes por cem mil habitantes.

No relatório da ONU, a América Latina aparece em lugar de destaque como o território com mais homicídios do mundo, com 157 mil vítimas num total mundial de 437 mil mortes violentas (as estatísticas excluem suicídios e vítimas de guerra). A Organização Mundial de Saúde classifica como “epidémica” uma taxa de homicídio que seja superior a 10 por 100 mil habitantes.

Para a coordenadora do estudo das Nações Unidas, Angela Me, a explicação para a extrema violência da América Latina é a prevalência e implantação do crime organizado. “Esse é sem dúvida o motivo principal para tantas mortes violentas na América: a taxa das mortes relacionadas com o crime organizado na América é 30% superior à do resto do mundo”, comparou a investigadora, citada pelo El País.
 

  

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