Em mais de 80% dos dias do ano o ar que respirámos teve qualidade
Estatísticas do Ambiente de 2013 foram divulgadas nesta terça-feira. Crise teve impacto positivo.
De resto, em mais de 80% dos dias registou-se um nível de qualidade do ar entre “bom” e “muito bom”.
A qualidade da água para consumo humano, medida através do “indicador água segura”, alcançou, por seu lado, um valor de 98,2%. Menos positivo foi o aumento da quantidade de resíduos (urbanos e sectoriais) gerada — subiu 11%.
Olhando apenas para os resíduos urbanos, contudo, observa-se uma diminuição: “Em 2013 foram geradas em Portugal 4,6 milhões de toneladas de resíduos urbanos, menos 3,5% face a 2012. No período 2009-2013, verificou-se uma tendência de decréscimo, com a produção de resíduos urbanos a apresentar uma redução de 4,4% em termos médios anuais”, nota-se na síntese divulgada pelo INE. “Para esta tendência contribuiu decisivamente a situação macroeconómica do país, que reduziu o nível do consumo e, consequentemente, a produção de resíduos.”
No ano passado foram produzidos o equivalente a cerca de 1,2 kg de resíduos por habitante, por dia. “A comparação com os parceiros da UE-28 para o ano de 2012 coloca Portugal abaixo da média comunitária em cerca de 47 kg”. Dinamarca, Chipre, Luxemburgo e Alemanha são os países que mais resíduos urbanos geram per capita.
A análise ao que se passou em termos de consumo de combustíveis no quadriénio 2010-2013 revela ainda “um decréscimo do consumo dos principais combustíveis usados no transporte rodoviário”. O consumo de gasóleo revela um decréscimo médio anual de 5,8% e a gasolina de 7,5%.
Ainda de acordo com a publicação do INE, para além da crise, outra das razões para que se esteja a assistir a uma diminuição das “pressões sobre o meio ambiente” é a demografia: “Só em 2012 a população residente perdeu quase 60 mil habitantes fixando-se a 31 de Dezembro de 2013 em 10.427.301 pessoas”, nota o INE.
“Para este decréscimo contribuiu o saldo natural” (o que significa que morreram mais pessoas do que nasceram) “e sobretudo o saldo migratório” que traduz a diferença entre o número de pessoas que imigram e o número de pessoas que emigram. Em 2013, entre mortes e nascimentos, o país perdeu 23.756 pessoas e saíram do país mais 36.323 mil do que as que entraram.