Um botão "não gosto" no Facebook? Não seria bom para o mundo, diz Mark Zuckerberg
CEO do Facebook teve um segundo encontro à distância com os utilizadores da rede social.
Debaixo de qualquer post publicado no Facebook, o utilizador pode dizer que gosta de um texto, uma fotografia ou um vídeo mas não consegue manifestar o contrário. Zuckerberg admite que esta é uma questão que lhe é feita muitas vezes e que a empresa está a pensar sobre um botão “não gosto” mas que muito provavelmente isso não irá acontecer. O CEO da rede social reconhece que seria positivo os utilizadores terem uma terceira forma de se manifestarem quanto ao que entra no seu feed de notícias, além do botão “gosto” e de deixarem um comentário, mas um botão “não gosto” não deverá ser a solução.
A forma como o norte-americano vê o potencial do botão “não gosto” não é a mesma que se esperaria. Zuckerberg admite a criação de uma alternativa para expressar reacções emocionais, em situações de morte ou de dificuldades que um amigo possa estar a passar, mas não tanto de descontentamento com alguma coisa, o que poderia ser susceptível de ferir os sentimentos de outros utilizadores.
“As pessoas dizem que não se sentem confortáveis em clicar em ‘gosto’” nestas situações, argumentou, adiantando que o Facebook está a tentar criar uma alternativa para expressar este tipo de emoções. Zuckerberg afasta, assim, a possibilidade de a empresa vir a criar um botão de “não gosto”, porque considera que permitir aos utilizadores afirmarem que não concordam ou gostam de algo “não seria bom para o mundo”.
O CEO da rede social foi ainda questionado sobre o impacto de um estudo realizado pelo Facebook que se tornou polémico, após terem sido revelados os resultados este Verão. No estudo foi analisada a forma como os utilizadores reagiam a conteúdos negativos e positivos no seu feed de notícias para determinar se havia contágio emocional. A rede social acabou por pedir desculpas.
Zuckerberg acrescentou esta quinta-feira que o estudo foi realizado no seguimento de vários artigos que foram sendo escritos sobre a forma como o Facebook influenciava os sentimentos dos seus utilizadores. “A empresa queria garantir que não estava a ter um impacto negativo na sociedade”, justificou. “Esse é o tipo de coisas que a nossa comunidade devia querer que testássemos”.
Outra das questões feitas ao CEO do Facebook teve como base as críticas que são feitas à rede social por se ter tornado uma forma de perder tempo e ser contraproducente. "Não acho que seja um desperdício de tempo em tudo, e acho que é triste que as pessoas na nossa sociedade considerem que tentar construir relações e saber o que está a acontecer com as pessoas em seu redor é um desperdício de tempo”.
Errar é produtivo
No Facebook ninguém deve ter receio de cometer erros. Esta foi outro das ideias defendidas. Os seres humanos erram e a rede social está cheia de pessoas que nem sempre acertam à primeira. Até porque, segundo Mark Zuckerberg, as pessoas que são bem-sucedidas não aprendem apenas com os seus erros mas passam a maioria do tempo a cometê-los. "Se for bem-sucedido, a maioria das coisas que fez foram erradas", defendeu no encontro que decorreu na sede da empresa, em Menlo Park, Califórnia, e que foi gravado em vídeo. "O que acaba por ser importante é o que acertamos" e se “essas coisas foram grandes podemos fazer algumas mudanças bastante importantes no mundo".
O jovem empresário, e um dos mais ricos no mundo, ainda não tem filhos mas falou sobre se a proibição das crianças usarem a Internet é a melhor solução para os pais protegerem os seus filhos. Zuckerberg defende que essa não é a solução mas antecipa que não permitirá que um filho seu com menos de 13 anos utilize o Facebook, a data mínima estabelecida pela rede social para um utilizador poder criar uma conta.
À semelhança do evento de Novembro, Zuckerberg deixou escapar alguns pormenores sobre a sua vida pessoal, desde que usa lentes de contacto, gosta de frango frito em cima das pizzas e que aprendeu a dizer mais vezes “obrigado”. No ano passado obrigou-se mesmo a agradecer pessoalmente a uma pessoa todos os dias.