Uber suspende serviço em Nova Deli após violação de uma mulher

Empresa interrompe actividade após violação de uma mulher por um motorista que conduzia uma viatura ao serviço da aplicação Uber.

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Após o caso da violação ter sido tornado público foram organizadas manifestações a favor dos direitos da mulheres e contra a Uber
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Após o caso da violação ter sido tornado público foram organizadas manifestações a favor dos direitos da mulheres e contra a Uber Anindito Mukherjee/Reuters

Há uma semana, uma mulher, de 26 anos, usou a aplicação da Uber para pedir um carro. A mulher pretendia ir para casa, mas a meio do caminho o motorista, Shiv Kumar Yadav, 32 anos, desviou-se do percurso e violou-a, segundo contou a vítima à polícia. Yadav fugiu em seguida, tendo sido detido no último domingo no estado do Uttar Pradesh, no Norte da Índia.

Enquanto foi iniciada a investigação ao caso, as autoridades de Nova Deli proibiram o uso da aplicação e o Governo indiano estudou a hipótese de o mesmo ser feito no resto do país. O suspeito foi colocado por um tribunal na quinta-feira em prisão preventiva durante duas semanas, até 24 de Dezembro, na prisão de Tihar, em Nova Deli, indica a agência Reuters.

Às autoridades, o tribunal pediu que fossem indicadas que medidas estão a ser consideradas para aplicar aos responsáveis da Uber. A empresa norte-americana é acusada na Índia, e noutros países onde opera, de não garantir a segurança das pessoas que utilizam a sua aplicação ao permitir que viaturas ao seu serviço sejam conduzidas por motoristas cujo currículo e cadastro não são verificados.

A Uber já veio publicamente reconhecer que terá de “fazer muito melhor” para que casos como que se passou em Nova Deli não se voltem a repetir. Pediu ainda desculpas à vítima num comunicado citado pela BBC. “Lamentamos e estamos profundamente entristecidos com o que se passou no fim-de-semana em Nova Deli. Os nossos corações estão com a vítima deste crime horrível. Temos feito e vamos continuar a fazer tudo ao nosso alcance para colaborar com as autoridades e ajudar a levar o agressor perante a justiça”, indicou a representação da empresa na Índia.

Além das palavras dirigidas à jovem que foi violada, a Uber disse que vai “reflectir sobre as suas operações na Índia” e que já está a “tomar medidas importantes”. “Durante esta revisão vamos suspender as operações em Nova Deli”, continua a nota. A Uber garante que irá reavaliar a forma como analisa o passado pessoal e profissional dos motoristas que respondem aos pedidos feitos através da aplicação.

Não é apenas na Índia que a Uber tem tido problemas com o serviço que oferece. Com um valor de mercado estimado em 40 mil milhões de dólares, a empresa norte-americana é considerada uma das startups mais valiosas do mundo mas a legalidade do seu serviço está a ser questionada em algumas das 250 cidades onde funciona na Europa, Estados Unidos ou Ásia. Além de ser acusada de concorrência desleal e de os motoristas que usam a aplicação não garantirem a segurança dos clientes, a Uber viu a sua actividade ser proibida em alguns países.

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